SAÚDE

Silenciosa e às vezes fatal: conheça os sinais da doença renal crônica

Por ser de progressão lenta, muitas vezes o paciente descobre o problema nos rins quando já está grave, explica o nefrologista Antônio Hueb

Rafaella Massa
Publicado em 05/07/2021 às 14:55Atualizado em 18/12/2022 às 15:09
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Foto/Divulgação

Diretor do Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba, nefrologista Antônio Hueb enaltece a necessidade de diagnóstico precoce para evitar o agravamento da doença renal crônica

 

Todos os órgãos são relevantes, cada um com sua especificidade e funcionalidade. Por isso, é muito importante manter a saúde em dia. Algumas doenças são silenciosas, mesmo sendo perigosas, como é o caso da doença renal crônica, que causa a diminuição da capacidade dos rins de limpar as impurezas e toxinas do corpo. No pior estágio, a doença pode levar o paciente à morte, como é o caso de cerca de 2,4 milhões de pessoas pelo mundo.

O diretor do Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba, Antônio Hueb, explica que, por ter como característica ser de progressão lenta, os acometidos podem se acostumar com os sintomas. “Quando vê, já está com os rins perdidos. Isso é muito comum. O paciente chega no pronto-socorro com um quadro de edema generalizado, falta de ar, quando vai ver é uma doença renal crônica em fase final e o paciente nem sabia que tinha a doença. Então, é muito importante fazer o diagnóstico precoce”, afirma.

Entre os sintomas apresentados nos casos de doença renal estã diminuição do volume urinário, inchaço, principalmente nas áreas das pernas e dos olhos, fraqueza, mal-estar, náuseas e vômitos. Antônio ainda explica que alguns pacientes têm histórico de cálculos urinários. Portanto, podem aparecer também, sintomas urinários como dor e ardência para urinar e até urina sangue. Após o surgimento destes sintomas, começa investigação para saber o que está causando a insuficiência renal.

O diagnóstico é feito de maneira muito simples, explica Antônio Hueb. Exames de urina ou sangue já podem identificar a existência da doença. “Um simples exame de urina dá muita informação para a gente. Depois o exame de sangue, principalmente a dosagem de um elemento que se chama creatinina. Nós consideramos a creatinina como o marcador da função renal. O valor normal desse elemento é de 0.8 a 1.4. Quando o paciente tem um valor de creatinina acima desses valores, já é acometimento renal”, informa.

Entre as principais causas estão a hipertensão e diabetes, responsáveis por cerca de 60% dos pacientes em diálise. Outras causas comuns também são as doenças autoimunes, como lúpus, e as outras doenças mais raras.

Desafios

A qualidade de vida dos pacientes renais sofre muitas interferências, causadas pela doença, que exige uma dieta alimentar rigorosa, além de um tratamento intenso de cerca de 12 horas por semana. O paciente também precisa conviver com a esperança de ser submetido a um transplante.

Estes pacientes também precisam lidar com a propensão a ficarem doentes mais frequentemente do que pessoas com a função normal dos rins. Isto acontece porque o paciente renal crônico é o paciente que normalmente é imunossuprimido, ou seja, com a defesa imunológica abaixo do normal.

Tratamento

Existem duas maneiras de tratar o paciente renal crônico em estágio grave, que é a fase 5, de falência renal completa. As opções de Terapia Renal Substitutiva (TRS) sã hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal. É importante ressaltar que o transplante não é a cura para a doença renal, e sim um método de tratamento. Esse rim transplantado, não importa quem tenha doado, tem uma sobrevida, portanto, vai conseguir funcionar por um período de tempo limitado. Quando esse rim volta a perder função, o paciente volta para a hemodiálise.

“Mas a qualidade de vida do paciente renal crônico que consegue fazer o transplante é muito melhor do que a qualidade de vida daquele paciente que se submete a hemodiálise. É só calcular, o paciente fica 12 horas na maca, por semana. O paciente transplantado não, ele só precisa tomar vários cuidados e precauções. Fazer o uso de medicamentos imunossupressores e consultas periódicas, controles e avaliações médicas periódicas. Então, o transplantado também é um paciente renal crônico, só que ele vai ter uma qualidade de vida muito melhor. A dieta é praticamente liberada, pode comer quase tudo, a ingestão de água também é liberada, pode tomar bastante água”, finaliza Hueb.

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