Segundo especialista é importante perceber sinais o quanto antes e tratar antes que a disfunção interfira no desenvolvimento
Hoje em dia, ainda existe um grande desconhecimento relativamente à disfunção de integração sensorial. As primeiras descobertas ocorreram nos anos 70, quando a pesquisadora americana A. Jean Ayres, ao estudar o funcionamento cerebral, constatou que nas crianças diferentes podem-se encontrar também cérebros ligeiramente diferentes. Por isso, a fisioterapeuta Patrícia de Fátima Silva destaca alguns dos sinais que, quando ocorrem associados, sugerem que a criança pode sofrer de Disfunção de Integração Sensorial.
Segundo a especialista é importante perceber esses sinais o quanto antes e procurar tratamento antes que a disfunção interfira no desenvolvimento. “Aversão a atividades com água, como tomar banho ou lavar rosto e mãos, a determinadas texturas de alimentos e seleção na alimentação e aborrecimento ao realizar atividades de colagem, argila, massinha e tintas, por exemplo, são sinais importantes. Pais devem estar atentos também à dificuldade de manipulação de objetos, na coordenação da escrita, no traçado das letras, na junção das sílabas e na coordenação motora, dificuldade em correr, pular e saltar ou brincar sozinhas, pois isto significa que a criança tem dificuldade em explorar brinquedos e brincadeiras”.
A terapeuta ocupacional Lígia Barbosa de Oliveira ressalta ainda que dificuldade de aprendizagem, linguagem infantilizada e escrita imatura, bem como de regular os ciclos de sono, e crianças que mordem ou gostam de ser mordidas, ou que tocam tudo que encontram pela frente, passando a mão por corredores, paredes e todas as superfícies quando se locomovem devem ser observadas. “Crianças com atraso no desenvolvimento sem comprometimento neurológico aparente, crianças que detestam brincadeiras de movimento ou parquinhos e com dificuldade em determinar a mão dominante, ou seja, quando trocam a dominância de acordo com a localização do objeto a ser manipulado podem sofrer da disfunção”, frisa.
Entre os sinais mais aparentes estão em crianças que não suportam ser abraçadas ou contidas e apresentam choro excessivo ao serem movimentadas ou carregadas no colo. “Além disso, crianças que inventam sons na fala ou letras na escrita, que possuem dificuldade em manter a atenção sem que estejam se movimentando, geralmente crianças que não conseguem permanecer sentadas, e crianças ou adolescentes com autoestima baixa ou que se frustram facilmente devem receber apoio especializado e multidisciplinar”, completa a especialista.