A síndrome da dor trocantérica é observada com frequência em pessoas com diferença no comprimento das pernas, que sofrem de dor lombar e de dor no joelho. Estima-se que essa síndrome afeta entre 10 e 25% da população nas sociedades industrializadas.
Segundo o ortopedista José Fábio Lana, isso é um indício de que, provavelmente, as mudanças na biomecânica dos membros inferiores levam à distribuição anormal de força em todo o quadril. “O interessante é que, ao terem seus exames da coluna avaliados, esses pacientes quase sempre apresentam algum tipo de problema lombar, que muitas vezes é atribuído erroneamente como a causa dos sintomas e tratado sem que haja melhora clínica do paciente. Isso ocorre porque uma grande parcela da população possui problemas na coluna, como a hérnia de disco e “pinçamento” de nervos, sem nunca ter tido qualquer tipo de sintoma”, destaca.
Estudo realizado pela University Medical Center, em Washington, nos EUA, submeteu 67 pacientes à Ressonância Nuclear Magnética. Os indivíduos selecionados nunca apresentaram sinais e sintomas de compressão lombar ou ciática. O ortopedista revela que, nesse estudo, três neurorradiologistas, que não tinham conhecimento sobre a presença ou ausência de sintomas clínicos, avaliaram e deram o laudo dos exames. “Os achados surpreendentes foram que 20% dos pacientes com idade inferior a 60 anos e 57% do grupo com mais de 60 apresentaram algum tipo de anormalidade, como hérnia de disco e estreitamento do canal espinhal com compressão da medula e nervos. Esses resultados mostram que exames de imagem da coluna podem não ser suficientes para o diagnóstico correto em pessoas que apresentem sinais e sintomas de dor ciática”, alerta o especialista.
Por isso, José Fábio Lana revela que é importante a procura de um profissional especializado que possa realizar uma análise clínica cuidadosa e minuciosa da região lombar, quadril e joelho antes de iniciar qualquer tipo de tratamento para quem sofre de dor ciática. (TM)