Pacientes de linfoma não Hodgkin de células B folicular terão, este ano, opção terapêutica do anticorpo monoclonal rituximabe
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O rituximabe é usado em quimioterapia destrunido as células defeituosas
Pacientes de linfoma não Hodgkin de células B folicular terão, a partir deste ano, a opção terapêutica do anticorpo monoclonal rituximabe pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em primeira e segunda linhas, ou seja, quando a doença resiste ou retorna após o primeiro tratamento com outro tipo de medicamento. A medida é resultado da Portaria nº 63, publicada no Diário Oficial da União de 30 de dezembro de 2013, que entra em vigor em 180 dias a partir da publicação.
O Ministério da Saúde ampliou o uso do medicamento, que antes era garantido apenas para o tratamento do tipo mais agressivo da doença, o linfoma difuso de grandes células B, que corresponde a 30% de todos os linfomas. O rituximabe é usado durante a quimioterapia, porque destrói as células defeituosas e aumenta a sobrevida dos pacientes. A doença provoca a multiplicação e o acúmulo de linfócitos, principalmente nos gânglios linfáticos, causando dores, inchaço e febre. A medida vai beneficiar aproximadamente 1,5 mil pessoas e o custo anual na compra do medicamento alcançará R$ 28 milhões, com redução de R$ 10,9 milhões na aquisição do produto, após negociação do governo com o fabricante.
O prazo de 180 dias é necessário para o Ministério da Saúde definir a forma de compra do produto, que pode ser centralizado, sob responsabilidade do governo federal ou descentralizado, com subsídios a estados e municípios. O linfoma folicular é um dos subtipos mais comuns do linfoma não Hodgkin e representa cerca de 20% de todos os casos de linfoma. São mais de 40 tipos de linfoma e a grande revolução é associar a quimioterapia convencional a novas modalidades de tratamentos mais específicas no ataque às células cancerosas. O rituximabe aumenta a taxa de cura em mais de 15% para pacientes do tipo mais agressivo.
Em 2012, quase 12 mil pessoas foram internadas em hospitais do SUS para tratamento de linfoma, sendo mais de 1,5 mil pacientes com linfoma não Hodgkin folicular. Em 2011, 3.737 pessoas morreram em decorrência do linfoma, 115 delas pelo tipo folicular. De acordo com o ministério, o rituximabe está entre os dez medicamentos mais solicitados na Justiça e, desde 2011, o SUS atendeu a 86 processos, no valor de R$ 3 milhões. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que 10 mil pessoas desenvolvem algum tipo de linfoma todos os anos no Brasil.