SAÚDE

SUS inclui medicamentos para doença pulmonar ligada ao tabagismo

Embora o Ministério da Saúde anuncie que vai incorporar à lista do Sistema Único de Saúde medicamentos para tratar dos sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica...

Publicado em 29/09/2012 às 12:26Atualizado em 19/12/2022 às 17:08
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Embora o Ministério da Saúde anuncie que vai incorporar à lista do Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos para tratar dos sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica, conhecida por Dpoc, a maioria já é usada pelos pacientes atendidos no Ambulatório Maria da Glória da UFTM. De acordo com o ministério, os remédios estavam disponíveis no SUS, mas para outras finalidades, como o tratamento de asma. Estão sendo incorporados à lista os corticoides inalatórios budesonida e beclometasona e os broncodilatadores fenoterol, sabutamol, formoterol e salmeterol.

Segundo o professor da disciplina de Pneumologia da UFTM e médico do Ambulatório Maria da Glória, José Henrique Santana, esses medicamentos já utilizados no tratamento da doença são indispensáveis, mas ele ressalta que ainda ficou faltando a inclusão do brometo de tiotrópio, que serve para melhorar a função pulmonar em casos mais graves, bem como a desburocratização do acesso da população a este avançado tratamento, já que os pacientes precisam apresentar um calhamaço de informações a cada três meses para continuar um tratamento que levará a vida toda.

A doença pulmonar obstrutiva crônica é caracterizada pela lesão dos brônquios e dos alvéolos, estruturas do pulmão, causada pela inalação da fumaça de cigarro e outros inalantes, esclarece o especialista. Cita como exemplos a fumaça do fogão de lenha e a pessoa que trabalha produzindo carvão vegetal ou em locais muito poluídos por fumaça. “Essa inalação contínua de fumaça lesa os brônquios e os alvéolos em uma parcela das pessoas, mas 20% dos fumantes têm essa doença. Ela é hoje a principal causa de morte por doença crônica no Brasil. O infarto do miocardio é a causa número um de morte por doença aguda ou repentina”, frisa Santana.

O pneumologista explica que as pessoas que devem ficar alertas ao surgimento da doença são principalmente os fumantes que começam a desenvolver a tosse e a falta de ar progressiva. “É uma falta de ar que no começo a pessoa só sente quando faz grandes esforços e depois até mesmo quando faz pequenos esforços. Por isso, o tratamento é importante, primeiro, porque melhora a qualidade de vida, ou seja, reduz os sintomas. Segundo, aumenta a sobrevida, sendo que os doentes que tomam a medicação vivem mais do que aqueles que não tomam. Terceiro, reduz drasticamente a necessidade de internação”, completa.

O pneumologista José Henrique Santana alerta que é muito importante que a população reconheça a doença ainda em estágio inicial. “Todos os fumantes devem se empenhar em parar de fumar e, se não conseguem sozinhos, procurem tratamento, bem como pneumologistas para fazer expirometria, porque este exame detecta a doença”, frisa. Segundo o médico, esta é uma doença que acomete adultos por se desenvolver silenciosamente e a longo prazo, cuja prevalência aumenta a partir dos 50 anos de idade.

As farmácias da rede pública de saúde terão até 180 dias para começar a ofertar os produtos à população.

 

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