Portaria do Ministério da Saúde inclui na tabela do SUS novos procedimentos para o tratamento de pacientes com doença renal crônica
Portaria do Ministério da Saúde publicada no Diário Oficial da União inclui na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) novos procedimentos para o tratamento de pacientes com doença renal crônica. Os procedimentos incluem exames como dosagem de sódio, de hormônio tireoestimulante (TSH), de tiroxina (T4), ultrassonografia do aparelho urinário, cultura de bactérias para identificação, hemocultura e eletrocardiograma.
Em março, uma portaria do ministério ampliou o atendimento à pessoa com doença renal crônica. A partir deste ano, serviços de nefrologia, que atendiam apenas pacientes em estágio avançado, podem se habilitar também para o atendimento de pacientes em estágios iniciais, com acompanhamento ambulatorial e a realização de exames periódicos.
A doença renal crônica caracteriza-se pelo mau funcionamento dos rins, responsáveis por filtrar e tirar impurezas do sangue. Dados do governo indicam que o problema é silencioso, já que cerca de 70% dos pacientes que entram para diálise não sabiam que estavam com a doença. Em parte dos casos, é preciso passar por um transplante de rim.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), 10 milhões de brasileiros são portadores de doença renal crônica e a maioria desconhece o fato. De acordo com o nefrologista, Alcino Reis Mendes, a população brasileira está vivendo por mais tempo, “mas também está cada vez mais exposta aos fatores de risco de doença renal, como histórico familiar positivo ou doenças autoimunes que comprometem o funcionamento dos rins, bem como os mesmos fatores causadores de doenças cardiovasculares, como hipertensão e diabetes não controladas, obesidade, sedentarismo e colesterol elevado”, afirma.
O médico alerta que, na maioria das vezes, a pessoa que é portadora de uma doença renal crônica não apresenta sintomas. “Na fase inicial, se o médico não fizer o exame de urina do tipo 1, não consegue detectar as glomerulopatias, um grupo de doenças que comprometem o funcionamento dos rins de maneira silenciosa”, destaca. Apenas nas fases mais avançadas é que a pessoa começa a apresentar sintomas como inchaço, devido à retenção de líquido; urina espumosa e, em alguns casos, sangramento.