Embora os casos exijam atenção redobrada, a Secretaria Municipal de Saúde informa que não há surto da doença, já que até o momento não houve confirmações em 2014
Procura por atendimento a sintomas como tosse intensa, febre, vômito e respiração chiada tem aumentado nos prontos-socorros da cidade. O fato vem preocupando pais e, também, os profissionais de saúde por se tratar de suspeita de coqueluche. Embora os casos exijam atenção redobrada, a Secretaria Municipal de Saúde informa que não há surto da doença, já que até o momento não houve confirmações em 2014.
Ainda conforme dados do Departamento de Epidemiologia do município, em 2013 Uberaba registrou 26 notificações de suspeita de coqueluche, sendo confirmados dois casos. Este ano, o departamento já registrou nove notificações de suspeita da doença, mas nenhum caso ainda foi confirmado. No entanto, vale lembrar que a coqueluche está na lista de doenças consideradas erradicadas no país pelo Ministério da Saúde, desde o ano de 2011. Também conhecida como “tosse comprida”, a única forma de prevenção da coqueluche é a manter a vacinação em dia.
Os sintomas podem ser similares aos da gripe, porém existem casos em que a tosse é seca, podendo provocar falta de ar, vômitos e até mesmo hemorragia subconjuntival devido à forte pressão. De acordo com a médica patologista, especialista em vacinação, Eliane Milhorim Silva, a doença está voltando a se manifestar em Uberaba e no país. “Por isso, é importante que os pais ou responsáveis não deixem de procurar a vacina. O recém-nascido recebe três doses para desenvolver imunidade: aos dois, aos quatro e aos seis meses de vida. Quando criança, o reforço é feito com a vacina tríplice-bacteriana, contra difteria, tétano e coqueluche, dos quatro aos seis anos. Na adolescência, faz-se um reforço a cada 10 anos, porém somente contra difteria e tétano, abrindo espaço para a coqueluche”, explica.
A especialista destaca, ainda, que essa bactéria fica alojada na orofaringe do portador que, se não tratado, pode se tornar um transmissor em potencial, principalmente para gestantes e bebês que tiverem contato com ele. “A doença pode ser desperta em qualquer idade, porém deve-se ficar atento em especial aos bebês, que a depender dos resultados podem vir à morte. A solução é o reforço para os adultos, a cada dez anos, com a aplicação da vacina tríplice-bacteriana, principalmente na gestante”, indica a médica patologista.
Eliane Milhorim ressalta que a vacinação contra coqueluche em gestantes está sendo indicada pelos obstetras. “A recomendação é devido à capacidade de o feto iniciar a produção de anticorpos ainda na barriga. Aquelas que tomam a vacina após o parto ainda contribuem com esse efeito através da amamentação”, alerta.