A doença pulmonar obstrutiva crônica é caracterizada pela lesão dos brônquios e dos alvéolos – estruturas do pulmão –, causada pela inalação da fumaça de cigarro e outros inalantes, esclarece o especialista. “Por exemplo, fumaça do fogão de lenha, a pessoa que trabalha produzindo carvão vegetal ou em locais muito poluídos por fumaça. Essa inalação contínua de fumaça lesa os brônquios e os alvéolos em uma parcela das pessoas, mas 20% dos fumantes têm essa doença. E ela é hoje a principal causa de morte por doença crônica no Brasil. Já infarto do miocardio é a causa mais importante de morte por doença aguda ou repentina é”, frisa Santana.
O pneumologista explica que as pessoas que devem ficar alertas ao surgimento da doença são com maior evidência os fumantes que começam a desenvolver tosse e falta de ar progressiva. “É uma falta de ar que no começo a pessoa tem só quando faz grandes esforços e depois até mesmo quando faz pequenos esforços. Por isso, o tratamento é importante. Primeiro porque melhora a qualidade de vida, ou seja, reduz os sintomas; segundo, porque aumenta a sobrevida, sendo que os doentes que tomam a medicação vivem mais do que aqueles que não tomam, e terceiro, porque reduz drasticamente a necessidade de internação”, completa.
O pneumologista José Henrique Santana alerta que é muito importante que a população reconheça a doença ainda em estágio inicial. “Que todos os fumantes devem se empenhar em parar de fumar e, no caso de não conseguirem sozinhos, procurar tratamento para parar, bem como, através do pneumologista, fazer o exame de expirometria, que detecta a doença”, frisa. Ele ressalta que essa é uma doença que acomete adultos por se desenvolver silenciosamente e a longo prazo, cuja prevalência aumenta a partir dos 50 anos de idade.