A idade e o risco de complicações durante a cirurgia e no pós-operatório têm consolidado alternativas de tratamento da artrose
O tratamento cirúrgico da artrose é bastante utilizado em estágios mais graves. Porém, a idade e o risco de complicações durante a cirurgia e no pós-operatório, além do alto custo de materiais e próteses, têm consolidado alternativas, como tratamentos não-cirúrgicos.
O ortopedista José Fábio Lana destaca que o avanço tecnológico e científico tem proporcionado materiais de alta qualidade e menos agressivos para o tratamento da artrose, voltados a estimular o processo de cicatrização. “O Ácido Hialurônico é como um óleo lubrificante de automóvel. Ele é bem viscoso e elástico e está naturalmente presente nos joelhos. Estudos recentes demonstram que esse líquido perde sua propriedade viscosa na artrose. Torna-se fino e deixa de proteger a articulação, facilitando o desgaste. É possível a reposição das propriedades desse ‘óleo’ por meio da injeção dentro do joelho de um Ácido Hialurônico desenvolvido em laboratório e que traz novamente as propriedades da viscosidade normal, protegendo a cartilagem e melhorando a dor e a mobilidade articular”, explica.
De acordo com o médico, esta terapia é chamada viscossuplementação e tem como vantagem o fato de poder ser aplicada pelo médico no próprio consultório, com o mínimo desconforto, por ser semelhante à aplicação de uma injeção no músculo. “O efeito dura de 8 meses a um ano, dependendo do grau da artrose em cada paciente”, afirma. O ortopedista destaca, também, o tratamento com colágeno, a proteína mais abundante no corpo humano. “O colágeno encontra-se em vários tecidos e articulações, e seu papel é conferir à cartilagem a função de uma mola biológica, capaz de resistir a impactos. Trata-se de técnica inovadora, trazida de Portugal, e que consiste na aplicação de colágeno injetável associado ao Ácido Hialurônico e outros medicamentos, com a intenção de estimular a cicatrização da cartilagem, bem como modular ou minimizar os efeitos de dor de algum processo inflamatório”, reforça.
José Fábio Lana cita, ainda, a Terapia Celular Autóloga e a Medicina Regenerativa. “A primeira busca restaurar o funcionamento de tecidos ou órgãos através da reposição de células danificadas por células sadias do próprio paciente. Essa linha de tratamento está sendo bastante utilizada e pesquisada, por apresentar resultados promissores e com índice de complicações praticamente inexistente, além de ser pouco invasiva. As células-tronco derivadas de gordura e o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) são as propostas de tratamentos atuais mais promissores no campo da medicina regenerativa, apresentando-se como alternativas terapêuticas de alto potencial de cicatrização”, completa.