Consumo não planejado deixa de ser um ato de prazer a partir do momento em que a prática conduz o consumidor ao descontrole orçamentário
O consumo não planejado deixa de ser um ato de prazer a partir do momento em que essa prática conduz o consumidor ao descontrole orçamentário e, consequentemente, à inadimplência. Muitas pessoas tendem a pensar que educação financeira é fazer uma poupança. Na verdade, ser educado financeiramente significa, antes de tudo, estar bem informado e tomar decisões conscientes na hora de priorizar e organizar os próprios gastos.
Para o psicólogo clínico André Luiz Moreno, nos casos de compra compulsiva é importante que a pessoa busque atendimento profissional especializado para avaliar esse comportamento. “Isso porque esses comportamentos tendem a ser cada vez mais repetidos e com maior intensidade. A maioria dos casos é resultado de uma interação entre variáveis biológicas e variáveis psicológicas. Entre as variáveis psicológicas podemos citar a presença de pensamentos disfuncionais e distorcidos, que influenciam a maneira como o indivíduo expressa suas emoções e realiza seus comportamentos”, reflete.
O especialista ressalta que a terapia cognitivo-comportamental é o modelo clínico com maior amparo científico atualmente e tem sido demonstrada como tratamento de escolha para esses transtornos. “Nos casos em que o acompanhamento medicamentoso se faz necessário, a indicação ao psiquiatra é feita após avaliação cuidadosa do psicólogo”, frisa.
Em ambos os casos, André Moreno destaca que o apoio familiar é fundamental para melhor manejo do excesso de gastos com compras. “No primeiro caso, cabe à família implementar estratégias de compras que favoreçam a decisão racional e diminuam os efeitos emocionais nessa decisão. No caso das psicopatologias, a família é um ponto importante de apoio e motivação para o tratamento, sendo peça fundamental na diminuição sintomática e na resolução do problema”, completa o psicólogo.