A terapia por ondas de choque tem demonstrado resultados positivos em 85% dos tratamentos de dores de pacientes que sofrem de doenças como calcificação em tendões do ombro
A terapia por ondas de choque tem demonstrado resultados positivos em 85% dos tratamentos de dores de pacientes que sofrem de doenças como calcificação em tendões do ombro, bursite trocantérica, epicodilites do cotovelo, ou cotovelo de tenista e esporão de calcâneo com dores crônicas no calcanhar. A técnica também tem surtido efeito no tratamento de artrose, tendinite do tendão de aquiles e síndrome da patela, que são as dores crônicas no joelho, bem como fraturas que não consolidaram após seis meses, entre outros.
De acordo com o ortopedista José Fábio Lana, especialista em Medicina Esportiva e Regenerativa, é utilizado um equipamento avançado que age no foco da dor. “O tratamento por ondas de choque é indicado para pacientes crônicos, que não tiveram sucesso com os métodos tradicionais. São ondas acústicas de baixa média ou alta energia que se propagam através do tecido até a região da dor”, esclarece.
O especialista destaca que é o médico quem recomenda o número de sessões de acordo com cada necessidade. “Em geral, são feitas três sessões para patologias crônicas, com intervalo mínimo de três semanas. O tempo de aplicação varia conforme a patologia, sendo que a sessão dura em média entre 20 e 40 minutos. Não há necessidade de nenhuma preparação especial, a não ser a utilização apenas de anestesia por sedação ou anestesia local por infiltração nos casos de dor aguda ou de alta sensibilidade à dor”, explica o ortopedista.
José Fábio Lana ressalta que alguns pacientes conseguem alívio imediato e por definitivo, enquanto outros devem aguardar até 6 ou 12 semanas pela melhora. “Dependerá da capacidade individual de cicatrização e do estágio de evolução da doença. Segundo estudos recentes, o índice de eficácia chega a 85% dos casos”, afirma o médico. Ele destaca que entre as principais vantagens da terapia estão o tratamento ambulatorial, não invasivo e com mínimos efeitos colaterais.
A técnica atua de três formas durante o tratamento, segundo o ortopedista: tem ação mecânica, em que causa a formação de microbolhas, que eclodem e fragmentam a calcificação; ação analgésica, que por meio de estímulo local libera enzimas que atuam na fisiologia da dor, e ação vascular, provocando microvasos que melhoram a irrigação de sangue e oxigenação local, bem como a consequente reabsorção dos depósitos calcários ou a cicatrização dos tecidos. No Brasil, o tratamento é aprovado pela Vigilância Sanitária e já está sendo utilizado há mais de dez anos, sendo reconhecido pela Sociedade Brasileira de Ortopedia.