A partir dos 60 anos, é preciso prestar atenção a sinais comuns da perda auditiva, como dificuldade para entender o que é dito e necessidade de escutar TV e rádio com mais volume
Estima-se que cerca de 10% dos brasileiros apresentem algum grau de deficiência auditiva, sendo que a maior parte das pessoas a apresentou na idade adulta. A prevalência de doenças da audição na terceira idade chega a acometer até 80% dessa população. Isto porque, com o passar do tempo, as células auditivas se deterioram e morrem, principalmente em casos de traumas, exposição sonora excessiva e também a presença de doenças que afetam o ouvido, direta ou indiretamente.
Segundo o fonoaudiólogo André Luis, a perda auditiva na terceira idade, também conhecida como presbiacusia, é um sério fator de limitação do indivíduo que ocorre por desgaste natural do sistema auditivo. “Envelhecer é necessário para o desenvolvimento do organismo, mas também apresenta seus efeitos negativos”, frisa.
Para ele, a audição é um dos sentidos que mais sofrem com o acúmulo dos anos. “Este déficit pode levar o indivíduo ao isolamento devido à dificuldade de comunicação com o meio social em que ele vive ou trabalha. Os familiares do deficiente auditivo na sua grande maioria não têm tolerância para lidar com a falta de audição e não costumam manter diálogos normais com os idosos, passando somente informações necessárias. Contudo, o indivíduo desenvolve o sentimento de constrangimento perante sua dificuldade em ouvir, o que pode propiciar o surgimento de um quadro depressivo”, alerta.
O especialista ressalta que, a partir dos 60 anos, as pessoas precisam estar atentas a sinais comuns da perda auditiva, como dificuldade para entender o que é dito, necessidade de escutar a TV e o rádio em volume muito alto, apresentar barulho ou zumbido no ouvido, sofrer tontura, falar muito alto e busca por isolamento, bem como dificuldades para acompanhar conversas em reuniões familiares, na igreja e no teatro, ou para entender vozes de mulheres e crianças. “Se um ou mais sintomas form percebidos, é importante que o idoso faça uma consulta com o médico otorrinolaringologista, que solicitará alguns exames, entre os quais audiometria, realizado pelo fonoaudiólogo”, destaca Luis.
Caso seja necessário e haja indicação médica, o fonoaudiólogo fará a reabilitação da perda auditiva através da adaptação de aparelhos auditivos. Uma boa adaptação traz a pessoa de volta ao seu meio social, melhorando sua qualidade de vida e, muitas vezes, tirando-o do isolamento imposto pela perda auditiva.