SAÚDE

Teste do pezinho é capaz de diagnosticar até 30 doenças

Pelo SUS, falta ainda inclusão urgente de quatro doenças, entre elas a toxoplasmose congênita, que pode causar perda da visão e ser responsável por hidrocefalia e atrofia cerebral

Publicado em 08/06/2013 às 10:21Atualizado em 19/12/2022 às 12:34
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Thassiana Macedo

Pelo SUS, o teste do pezinho detecta apenas quatro doenças, mas na rede particular

é capaz de diagnosticar cerca de 30 enfermidades

O teste do pezinho, ou triagem neonatal como também é chamado, é um exame obrigatoriamente realizado em todos os bebês recém-nascidos, a partir do 3º dia de vida. Atualmente, o teste do pezinho oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) detecta apenas quatro doenças, sendo o hipotireoidismo congênito, doença que impede o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido, a fenilcetonúria, doença genética caracterizada pelo defeito ou ausência de enzima envolvida na síntese da melanina, que dá pigmentação à pele, aos olhos e cabelos; hemoglobinopatias, ocasionada por defeitos na hemoglobina, e fibrose cística, causada por distúrbio nas secreções de algumas glândulas.

As glândulas suprarrenais têm a função de regular o metabolismo do sódio, do potássio, da água, dos carboidratos e de regular as reações do corpo humano ao estresse. Já a biotina funciona no metabolismo de proteínas e carboidratos. A endocrinologista Heloísa Cunha Palhares, especialista em teste do pezinho, lembra que é fundamental que o exame oferecido pelo SUS inclua o mais rápido possível o diagnóstico de mais duas doenças no teste: a hiperplasia adrenal congênita (HAC), doença hereditária decorrente da deficiência de enzimas para produção de hormônios suprarrenais – e a deficiência de biotinidase – doença metabólica na qual o organismo não consegue obter a vitamina biotina de maneira adequada.

“O diagnóstico precoce dessas duas doenças exerce um diferencial muito grande no tratamento, já que evitamos diversas complicações, daí a importância de se fazer o teste do pezinho, que é colhido com 15 dias de vida. A incidência da forma grave da hiperplasia é de uma criança a cada 10 mil ou 15 mil e requer tratamento precoce, já que pode levar a óbito se não tratado com reposição hormonal”, destaca a médica.

A especialista explica que a deficiência de biotinidase está ligada a complicações no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Como ocorre com a hiperplasia, a deficiência desse enzima também interfere na produção de substâncias essenciais ao organismo. Iniciando o tratamento precocemente dessa deficiência, é possível evitar complicações. No entanto, já existe uma versão ampliada do teste, que permite identificar mais de

30 doenças antes que seus sintomas se manifestem, disponível apenas no sistema privado de saúde. “A maioria desses exames são de alto custo e, como são doenças pouco comuns, diferente do hipotireoidismo, por exemplo, não são oferecidos. A baixa incidência e o preço são vistos como empecilhos para que o exame seja oferecido gratuitamente a toda a população, que precisa recorrer às clínicas particulares para fazer o exame”, esclarece a especialista.

Outra importante medida em prol da saúde infantil e adulta, de acordo com Heloísa Cunha, é o início de pesquisas para a inclusão de outras duas doenças, entre elas a toxoplasmose congênita, que pode causar perda da visão e, durante a gravidez, ser responsável por hidrocefalia e atrofia cerebral.

 

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