O censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010 informa que o Brasil tem uma população de 190.732.694 pessoas. De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), o distúrbio atinge 4% da população. Sintomas como euforia, fala rápida, irritação, agitação, insônia, agressividade, hostilidade e depressão podem ser sinais de vários transtornos que acometem o humor. Porém, quando os sintomas vêm alternados em uma mesma pessoa, pode ser um alerta para o transtorno bipolar, uma doença sem cura, mas com tratamento e controle.
Dados da entidade apontam que em 60% dos casos a doença se manifesta antes dos 20 anos de idade, mas na infância os sintomas mais comuns são a distorção do humor e o avanço precoce da sexualidade. Segundo o psiquiatra Fauze Sadalah Fakhouri, o transtorno atinge igualmente homens e mulheres, sendo mais frequente entre solteiros ou separados. “E os indivíduos acometidos têm maiores taxas de desemprego e estão mais sujeitos a utilizar serviços médicos e ser hospitalizados. Assim como a depressão, o transtorno bipolar está classificado dentro dos transtornos de humor. A diferença é que a pessoa passa a manifestar alterações de humor divididas em dois polos, um depressivo e outro maníaco, cuja causa é desconhecida, embora existam fatores de risco, como casos na família, por exemplo”, completa Fakhouri.
De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, cada fase varia de pessoa para pessoa, podendo durar horas, dias, meses e até anos. Um complicador para a pessoa portadora do transtorno surge quando as duas fases se misturam, o chamado estado misto. A pessoa pode estar acelerada, hiperativa, mas triste por dentro e até pensando em se matar. Durante a infância e adolescência, se o transtorno bipolar não for detectado e cuidado a tempo, pode gerar vários problemas no desenvolvimento comportamental e psicológico. E é na adolescência que é mais comum os parentes perceberem os sintomas. O adolescente passa a ter sintomas depressivos, fazer gastos excessivos e brigar muito.
Quando tratado adequadamente, o paciente leva uma vida absolutamente normal, mas o mais importante, de acordo com o psiquiatra Fauze Sadalah, é um diagnóstico correto, cujo tratamento acontece via medicamentos e terapias complementares.