Nesta semana, foi lembrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, quando o Programa Classe Hospitalar, coordenado pela voluntária da Organização dos Amigos Solidários à Infância e à Saúde de Uberaba (Oasis), Maria Feliciana da Silva Bracarense, programou atividades voltadas à comunidade, com o objetivo de orientar a população sobre sintomas do câncer infantojuvenil para que os pais possam procurar o serviço médico assim que notar alguma alteração.
Entre as atividades, ocorreu a palestra com a hematologista pediátrica da UFTM, Pollyanna Cristina Bernardes Valize, que destacou a importância do diagnóstico precoce. “O câncer na criança e no adolescente tem sido a segunda causa de morte atualmente no Brasil e no mundo, perdendo apenas para causas externas, como violência e acidentes. O importante é o diagnóstico precoce, descobrir o tumor o mais rápido possível, porque na criança e no adolescente não há muitas maneiras de evitar o câncer. Ao contrário, no adulto basta evitar o tabagismo ou etilismo (ingestão de bebida alcoólica), por exemplo. Na criança, os únicos fatores que poderiam predispô-la ao câncer seriam as alterações genéticas, que já nascem com a criança, e algumas malformações. Não há prevenção primária, somente prevenção secundária, através do diagnóstico precoce. Quanto mais cedo se descobre o câncer, mais chance temos de cura do tumor”, esclarece.
A médica destaca que, nos últimos 30 anos, o tratamento do câncer tem se desenvolvido em grande escala e, hoje, além da quimioterapia e radioterapia, há a opção do transplante de medula óssea. Sobre a implantação da Unidade de Transplante de Medula Óssea, junto ao Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Pollyanna Valize, fez questão de ressaltar que a Oasis tem sido uma parceira para a implantação do serviço em Uberaba, que objetiva atender a região e boa parte de Minas Gerais.
Pollyanna Valize esclarece que, com a implantação do novo equipamento de saúde, a unidade possa se transformar em um centro de referência no tratamento especializado na área. “Hoje, nós temos condição de realizar quimioterapia, radioterapia e cirurgia oncológica, mas não temos o transplante, que está em fase adiantada de implantação. Esperamos que, no início do próximo ano, consigamos começar os transplantes em adultos para, futuramente, podermos atender, também, crianças no protocolo”, completa a hematologista.