“O uberabense pode ficar tranquilo”. Apesar do aumento na taxa de transmissão local e das notícias de um novo problema sanitário na China, a chance de uma nova onda da Covid-19 acontecer em Uberaba é remota. O Jornal da Manhã conversou com o infectologista Rodrigo Molina, que definiu como primordial as diferenças do enfrentamento no país oriental para o cenário mais brando no Brasil.
De acordo com o especialista, é normal que a taxa de transmissão de qualquer vírus respiratório aumente nesta época do ano, marcada pelas baixas temperaturas e baixa umidade, panorama atual em Uberaba. “Com esse clima, circulam todos os vírus de transmissão respiratória, seja influenza, coronavírus, ou outros vírus mais difíceis de serem registrados. Por isso há uma expectativa de aumento de casos. No frio as pessoas ficam mais próximas, ficam mais em casa, então há uma chance de aumento transmissão”, esclarece.
Rodrigo Molina também diz que a principal diferença entre o cenário da China e o de Uberaba é em relação às vacinas. Primeiramente, a China não realizou uma vacinação em massa e nem investiu o suficiente na distribuição de doses, o que diminuiu a adesão e enfraqueceu a defesa do Coronavírus. Além disso, há diferença nas marcas utilizadas no Brasil e no país oriental, referentes ao valor imunogênico. “Lá, as vacinas quase não dão proteção, o que aumenta a disseminação”, explica.
Desta forma, comparar as realidades de Uberaba e da China é um equívoco, na visão do médico. Na cidade, por mais que ainda haja resistência aos imunizantes, a população vacinada é um fator determinante para evitar internações e casos graves, o que pressionaria o sistema de saúde e anteciparia uma “nova onda” da Covid-19.
Contudo, apesar do descarte de um novo cenário drástico da doença, o infectologista reforça que a única solução é a vacinação, que deve continuar e ser intensificada cada vez mais.
“O uberabense pode ficar tranquilo, menos o que for viajar. Se for para a China, é importante que tenha as doses em dia. Isso só reforça a necessidade de ter o cartão vacinal em dia, e usar máscaras em casos gripais, manter o distanciamento, e, obrigatoriamente, as pessoas com alta chance de complicação, idosos e imunossuprimidos, devem redobrar a atenção”, finaliza Rodrigo Molina.