O evento, que será realizado no Centro de Cultura José Maria Barra, busca oferecer formação atualizada sobre surdez para profissionais de diversas áreas e interessados no assunto
Nos dias 27 e 28, Uberaba sediará o 1º Seminário Nacional de Educação de Surdos: Desafios e Possibilidades, que será promovido pela Escola para Surdos Dulce de Oliveira em parceria com a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). O evento, que será realizado no Centro de Cultura José Maria Barra, busca oferecer formação atualizada sobre surdez para profissionais de diversas áreas e interessados no assunto. As propostas apresentadas durante o Seminário farão parte de documento com novos paradigmas sobre a surdez, a Língua de Sinais e seus usuários.
Segundo a coordenadora pedagógica da Escola Dulce de Oliveira, Vivian Zerbinatti, o principal objetivo do seminário é ampliar o conhecimento teórico dos profissionais que lidam diretamente com o aluno surdo, especialmente daquelas pessoas que estão envolvidas no processo de inclusão. “Percebemos que existe uma cobrança muito grande do sistema escolar de receber o aluno com deficiência, neste caso, o aluno surdo, mas quando esses alunos chegam à escola os questionamentos que nós temos dos professores é que a escola não está preparada para recebê-los e que pouco se conhece sobre o surdo e sobre a língua de sinais”.
O evento busca ainda discutir meios para transpor as principais barreiras que ainda dificultam o processo de inclusão do surdo na sociedade.
A coordenadora pedagógica destaca que já há algum tempo que alunos surdos têm se inserido nas escolas regulares, mas um dos obstáculos para que a inclusão seja eficiente é a deficiência das escolas no preparo de educadores para receber alunos especiais. “A grande barreira hoje para o surdo conseguir se incluir no ensino regular é a falta do profissional intérprete na escola. Uberaba não tem intérpretes suficientes para atender a demanda de surdos. Temos muitos relatos de surdos que param de estudar porque vão para a escola regular e esta não consegue atendê-lo, embora tente. As escolas do Estado solicitam o intérprete, mas não existe profissional qualificado para assumir esse cargo”, afirma.
No entanto, Vivian Zerbinatti ressalta ainda que o problema é a falta de cursos de qualificação voltados para a formação de intérpretes da Língua de Sinais. Com legislações mais inclusivas, aumentou a procura dos uberabenses pela formação nesta área, especialmente na Escola Dulce de Oliveira, mas ainda falta a formação continuada, como maior acesso ao Ensino Superior.
“A grande dificuldade do surdo é a barreira de comunicação, é a falta de uma língua compartilhada em qualquer espaço que ele frequente. Hoje o surdo não se sente incluído porque não encontra pessoas que consigam se comunicar na língua dele”, frisa.