UFTM discute gestão do HC, SUS e conhecimento em audiência pública

Na quinta-feira, 6, a UFTM realizará audiência pública com a finalidade de debater o papel do Hospital de Clínicas (HC) na produção de conhecimento, formação profissional e prestação de serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS). A audiência, aberta à comunidade interna e externa, ocorrerá a partir das 14h30, no anfiteatro A do Centro Educacional e Administrativo (CEA). Paralelamente, servidores estão divulgando nas redes sociais, convite para que a comunidade participe da discussão sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh.

Em carta aberta aos servidores e à comunidade, a servidora pública e militante da Conlutas Fasubra (CSP), Simea Aparecida Freitas, chama para a luta contra a privatização dos hospitais universitários. Segundo ela, hospitais universitários são instituições “que servem tanto para assistência para uma gama enorme de pessoas que necessitam de atendimento de média e alta complexidade ao tratamento da saúde, como são campos de estágios e pesquisas aos estudantes da área da saúde. São hospitais financiados exclusivamente pelo poder público e que prestam serviços públicos”. Porém, com a sanção presidencial, em 2011, da medida provisória que criava a Ebserh, a servidora afirma que o Governo passou a pressionar universidades a aderirem ao novo modelo de gestão “que nada mais é que o início da privatização dos leitos dos hospitais universitários e, tão logo, a privatização das universidades públicas”.

Segundo Luiz Antônio Pertili Rodrigues de Resende, superintendente do HC, a audiência foi solicitada pela Câmara Municipal de Uberaba, cujo objetivo primordial é discutir o papel do Hospital de Clínicas no ensino e na assistência à saúde em Uberaba e na região. Para isso, foram convidados prefeitos eleitos, secretários de Saúde, Ministério Público e comunidade. “Provavelmente, deve ter também algumas explicações sobre a Empresa Brasileira, mas é uma audiência muito mais ampla. Essa discussão em torno da Empresa está sendo feita gradativamente e internamente com todos os funcionários. Estamos fazendo reuniões setorizadas porque estamos em uma fase muito inicial da discussão e não está nada definido ainda do trâmite sobre contratos e como isso vai funcionar”, afirma.

O médico reafirma que a audiência será um espaço aberto para a propositura de discussões que fazem parte dos anseios da comunidade, entre elas a adoção do modelo de gestão apresentado pela Empresa Brasileira de Serviços pelo Hospital de Clínicas. “Surgindo o assunto, é lógico que todos nós vamos estar lá para trocar ideias e conversar. Sempre se falou em privatização do hospital, mas não é nada disso.

A Empresa Brasileira é pública e o Hospital também continuará sendo 100% público. É algo muito bem fundamentado, mas que sofre comentários diferentes, talvez por falta de informação”, frisa o superintendente Pertili.