Umidificador pode agravar problemas respiratórios

Nesta época do ano, o número de atendimentos a pacientes com doenças provocadas pela baixa umidade do ar aumenta significativamente em boa parte do país. A elevação se dá por pacientes que procuram inalação para alívio das vias aéreas, tosse seca, além do aumento considerável de entupimento de veias devido à crescente viscosidade do sangue neste período, que pode levar a pessoa a um acidente vascular cerebral (AVC).

De acordo com a pneumologista Thais Helena Abrahão Thomaz, é possível se precaver de problemas respiratórios com algumas medidas básicas. “Em primeiro lugar, a dica é hidratar bastante, bebendo pelo menos dois litros de água por dia. Segundo, é preciso ter um cuidado especial com crianças e indivíduos mais idosos que não têm o aparelho de sede aperfeiçoado ou que sofrem da perda da capacidade de sentir sede. É recomendável umidificar o ambiente sem utilizar os aparelhos umidificadores de ar. As pessoas consideram esse equipamento milagroso, mas ele é ruim porque cria fungos, o que exige cuidados especiais de limpeza frequente, de duas a três vezes por dia. Portanto, isso não é vantagem”, ressalta.

Os umidificadores de ar requerem atenção, porque podem provocar excesso de umidificação do ambiente. Segundo ele, um quarto com umidificador ligado 24 horas, por vários dias, pode levar a um excesso de umidade nas paredes e provocar o aparecimento de mofo e bolor.

O melhor, segundo a especialista, é utilizar maneiras mais naturais de umidificar o ambiente. “Usar bacias ou vasilhas com água no quarto ou molhar uma toalha de banho e pendurá-la na beira da cama, durante a noite, para umidificar o local são alguns dos cuidados em casa”, frisa. Os casos mais vulneráveis a doenças respiratórias ocorrem em pessoas que têm alergias ou infecções respiratórias, pois neste período de clima seco as crises se tornam mais frequentes. “Em geral, o período seco no sudeste do país coincide muito com o inverno. Então, o ar seco com o frio propiciam as infecções virais, daí a necessidade de nos lembrarmos da vacinação anti-influenza. A vacina é muito importante não só para crianças, idosos e gestantes, mas todos devem ser vacinados contra a gripe para se proteger contra as infecções. Depois vêm os problemas bacterianos, como pneumonias e as traquiobronquites, por exemplo, situações que o tempo seco favorece”, completa a pneumologista.