Usar colírio na gravidez pode contrair o útero e estimular o parto prematuro

Usar colírio na gravidez pode afetar o bebê. Isso porque em mulheres grávidas a elevação dos hormônios sexuais altera o metabolismo hepático das drogas, que ficam mais concentradas na corrente sanguínea. Por isso, os oftalmologistas alertam para os riscos da automedicação, com conselho que serve não só para as grávidas, como para qualquer outra pessoa.

Segundo levantamento feito com 80 gestantes por oftalmologista do Instituto Penido Burnier, no Brasil quatro em cada dez grávidas usam colírio por conta própria. E vale ressaltar que nenhum tipo de colírio pode ser considerado sem risco para o feto, por falta de testes com gestantes antes dos lançamentos.

O médico oftalmologista Joaquim Pereira Paez endossa a tese do colega e, de acordo com ele, é imprescindível a prescrição médica. “Após uma consulta, será receitado o colírio adequado para aquela paciente. Existem alguns medicamentos, até mesmo aqueles de exames, que promovem a contração uterina e estimula o parto prematuro. Para aquelas mulheres que usam lente de contato, a situação fica mais complicada ainda. Durante a gravidez, apresentam dificuldade em usar a lente, pois o olho resseca muito neste período. Neste caso, a sugestão é usar colírio lubrificante, que não causa problemas para o bebê”, explica.

As gestantes devem tomar cuidado com aqueles colírios que possuem antibióticos ou corticoides na composição.

O colírio mais usado abusivamente é o vasoconstritor para deixar os olhos branquinhos. Os vasos sanguíneos da placenta também contraem e a nutrição do feto fica comprometida. Por isso, de acordo com Joaquim Paez, é importante o acompanhamento médico, caso seja necessário usar um colírio, pois o profissional vai avaliar as condições, através do período da gestação e indicar o remédio mais adequado.

“Enfim, independente da gravidez ou não, é preciso tomar cuidado na hora de usar um colírio. É importante ter a prescrição médica, pois em alguns casos o remédio aumenta a pressão ocular, enquanto em outros, quando usado em longo prazo, predispõe à catarata”, enfatiza o oftalmologista.

Por isso, a recomendação dos médicos é lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações, compartilhamento de maquiagem, fronhas e computadores para prevenir a contaminação dos olhos por bactéria ou vírus.