A utilização de uniformes pelos profissionais de saúde fora das dependências hospitalares e áreas correlatas pode ser proibida no estado. Esse é o objetivo do Projeto de Lei nº 65 de 2011
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É muito comum profissionais da área da Saúde serem vistos vestidos com jalecos em locais públicos
A utilização de uniformes pelos profissionais de saúde fora das dependências hospitalares e áreas correlatas pode ser proibida no estado. Esse é o objetivo do Projeto de Lei (PL) nº 65 de 2011, de autoria do deputado Fred Costa (PEN), que recebeu parecer pela legalidade da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O relator, deputado André Quintão (PT), concluiu pela aprovação na forma do substitutivo nº 1. O projeto segue agora para apreciação da Comissão de Saúde, antes de ir a Plenário em 1º turno.
O assunto gerou, inclusive, em Uberaba a campanha “Jaleco não está na moda”, realizada pela Associação dos Servidores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), a Asmed, presidida por Jesus de Faria Fernandes e o vice-presidente, Divino Alves Ribeiro.
A ideia surgiu depois que a nutricionista Fabiana U. Tolentino Rodovalho percebeu que muitos profissionais da saúde saem do Hospital de Clínicas da UFTM para fazer suas refeições na cantina da Asmed sem tirar o jaleco ou o uniforme de trabalho. “Sabemos que o jaleco é um meio de transmissão e contaminação para os alimentos e para as outras pessoas. Então, o pessoal vai se servir para o almoço e os jalecos acabavam encostando nas pistas quentes e frias. E como a Asmed é uma extensão do hospital e pertence aos servidores, decidimos fazer uma campanha para a conscientização dos profissionais de saúde e estudantes a fim de que não utilizem o jaleco fora do local de trabalho”, destaca.
Segundo ela, o correto é o profissional carregar o jaleco, vesti-lo somente no local de trabalho e, na hora de sair, tirá-lo e levá-lo para lavar, já que ele precisa ser higienizado todos os dias. Também é indispensável a ele o hábito de lavar bem as mãos. “Isso é importante para que todos vivam melhor e não haja contaminação nem do alimento nem das outras pessoas e pacientes atendidos pelos profissionais. Sabemos que, se o profissional sai do seu local de trabalho, pega o ônibus ou o carro e encontra pessoas na rua, ele acaba levando agentes de contaminação para o paciente já debilitado e que está internado no hospital”, alerta Fabiana.
O objetivo do projeto na ALMG é evitar infecções, já que, embora o papel das roupas na disseminação de infecções ainda não tenha sido bem estudado, alguns países já têm adotado práticas de controle de infecções de amplo alcance, que incluem a troca dos trajes usados pelos funcionários dentro e fora do hospital. Além disso, diversos estudos sugerem que as roupas de funcionários do sistema de saúde funcionam como um verdadeiro reservatório de germes perigosos. Vale lembrar que a finalidade do jaleco e dos uniformes é proteger o profissional de saúde e, também, o paciente de agentes infecciosos.