Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) acaba de desenvolver nova vacina e pretende produzi-la em larga escala para proteger cerca de 800 milhões de pessoas contra a esquistossomose, doença crônica causada pelo parasita Schistosoma, encontrado em áreas sem saneamento básico. A vacina será destinada a pessoas expostas aos riscos de contágio no Brasil, principalmente no Nordeste e em Minas Gerais, nos países africanos e na América Central. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou no Rio de Janeiro os resultados dos testes clínicos de segurança da vacina desenvolvida pelo Laboratório Esquistossomose Experimental do instituto.
Atualmente, segundo a Agência Brasil, a esquistossomose afeta 200 milhões de pessoas em áreas pobres e é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a segunda doença parasitária mais devastadora, atrás apenas da malária. As pesquisas para a produção da vacina tiveram início em 1975, na Fundação Osvaldo Cruz. De acordo com a chefe do Laboratório Esquistossomose Experimental, Miriam Tendler, a previsão é de que no prazo máximo de cinco anos seja possível imunizar a população dos locais onde ocorre a endemia.
Causas e sintomas. A esquistossomose é causada por seis espécies do parasita Schistosoma. O ciclo típico da doença tem início com a contaminação da água por fezes humanas infectadas com ovos do parasita, transformados em miracídios (larvas). Essas larvas contagiam caramujos, multiplicam-se, voltam à água e infectam as pessoas pela pele.
As pessoas contaminadas podem sentir dores de cabeça, fraqueza, falta de ar, dor abdominal, diarreia e tosse com sangue. A doença pode afetar o fígado, os rins, a bexiga, os pulmões, a medula e o cérebro e levar à morte. O tratamento é feito com medicamentos antiparasitários e, mesmo após a cura, é possível nova contaminação. (TM)