O Ministério da Saúde é contrário à inclusão de vacinas no Programa Nacional de Imunização (PNI) por meio de lei. O tema é projeto de lei nº 238/2011 da senadora Vanessa ...
O Ministério da Saúde é contrário à inclusão de vacinas no Programa Nacional de Imunização (PNI) por meio de lei. O tema é projeto de lei nº 238/2011 da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que garante vacinação gratuita contra o papiloma vírus humano (HPV) em mulheres entre 9 e 40 anos. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a vacina contra o HPV é uma das três cuja inclusão no calendário de imunização o ministério está avaliando – as outras são contra a hepatite A e a varicela.
O público-alvo da vacina contra o HPV seria formado por meninas de 9 a 13 anos, com o objetivo de prevenir o contágio antes do início da vida sexual. Isso porque a vacina é preventiva e seria ineficaz em mulheres já expostas ao vírus HPV. Para mulheres adultas, o Ministério da Saúde defende a ampliação do acesso ao exame de Papanicolau, que detecta lesões causadas pelo HPV e também o câncer do colo do útero. E mesmo o fato de não ter um companheiro, por exemplo, não indica que não há necessidade de fazer o exame. Para a enfermeira Lucília Martins, pelo contrário. “A partir do momento em que a mulher inicia a vida sexual, não importa a idade – pode ser uma adolescente –, tem que fazer o exame de rotina, pelo menos uma vez por ano”, destaca.
A maior incidência desse tipo de câncer – associado em 90% dos casos ao HPV – e de mortalidade feminina pela doença se dá na região Norte, notadamente pela dificuldade de acesso da população aos meios de diagnóstico e tratamento precoces. Segundo a senadora Vanessa Grazziotin, para os estados do Norte, onde os municípios sofrem com a falta de médicos e laboratórios especializados, a vacinação contra o HPV é o método mais eficaz de prevenção do câncer de colo do útero.
Quando a vacina fizer parte do Calendário Nacional de Vacinação, a proteção esperada deve durar nove anos e depende da aplicação de três doses. A oferta da vacina a meninas de 9 a
13 anos deve gerar impacto de R$ 600 milhões no orçamento do Ministério da Saúde somente no primeiro ano de implantação da ideia.