O Ministério da Saúde anunciou ontem a estratégia nacional de enfrentamento contra Influenza A (H1N1). Um dos principais pilares dessa estratégia, ao lado do reforço na rede de assistência, será a vacinação para públicos prioritários, realizada em quatro etapas, entre 8 de março e 7 de maio. O objetivo da vacinação não é evitar a disseminação do vírus, que já está presente em 209 países, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mas manter os serviços de saúde funcionando e reduzir o número de casos graves e óbitos. A expectativa é vacinar pelo menos 62 milhões de pessoas contra a gripe pandêmica. Uma parte das 83 milhões de doses da vacina adquirida pelo Ministério da Saúde será reservada para o caso de haver alterações epidemiológicas ao longo do inverno e eventual necessidade de ampliar o público-alvo. A estratégia definida pelo Ministério da Saúde foi aprovada por sociedades médicas do país. Representantes dessas entidades participaram de reunião com o ministro José Gomes Temporão, durante a manhã de ontem, antes do anúncio das diretrizes adotadas pelo Brasil para o enfrentamento da pandemia. Cada fase da estratégia de vacinação estará voltada a um público específic trabalhadores da rede de atenção à saúde e profissionais envolvidos na resposta à pandemia, indígenas, gestantes, pessoas com doenças crônicas e obesidade grau 3 – antiga obesidade mórbida, crianças de seis meses a dois anos e adultos de 20 a 29 anos. As quatro etapas da vacinação terminam antes do início do inverno no país, quando é registrado o maior número de casos de gripe. Os 26 estados e o Distrito Federal receberão um número de doses proporcional à população dos grupos prioritários. Caberá às Secretarias Estaduais de Saúde distribuir as vacinas aos municípios, obedecendo ao mesmo critério. As secretarias estaduais e municipais de Saúde vão definir conjuntamente os locais de vacinação. A imunização será realizada ao mesmo tempo em todo o país. São 36 mil salas de vacina, nos 26 estados e no DF. As pessoas dos grupos indicados devem comparecer às unidades de saúde, com a carteirinha de vacinação e documento de identidade. A vacina é contraindicada a quem tem alergia a ovo. Investimento. As 83 milhões de doses de vacina pandêmica que o Brasil adquiriu representam um investimento de R$ 1,006 bilhão. Os imunizantes serão fornecidos pelos laboratórios produtores Instituto Butantan (33 milhões de doses) e Glaxo Smith Kline (40 milhões), além do Fundo Rotatório de Vacinas da Organização Pan Americana de Saúde/OPAS (10 milhões). Outras ações. Para a segunda onda pandêmica, o Ministério da Saúde também reforçará as ações de diagnóstico, tratamento e assistência aos pacientes. O número de laboratórios para diagnóstico do vírus pandêmico passou de sete para 14.
CRONOGRAMA DE VACINAÇÃO DOS GRUPOS PRIORITÁRIOS