Vida social, alimentação e exercícios promovem envelhecimento saudável

Os avanços da medicina nas últimas décadas têm possibilitado uma expectativa de vida cada dia mais prolongada. No Brasil, por exemplo, onde essa perspectiva já foi de apenas 40 anos na década de 30, hoje chega aos 73.  Neste caso, a principal questão passa a ser: como envelhecer com saúde. Especialistas revelam que a falta de informações sobre o processo de envelhecimento é um dos aspectos que mais prejudicam as pessoas na adaptação diante das mudanças nesse período da vida.

Para a gerontóloga, Sumaya Figueiredo, hoje o preconceito passou a ser mais um dos principais problemas e nem sempre isso parte apenas dos jovens, muitas vezes a própria pessoa se rejeita. “Daí a importância de lembrarmos que o envelhecimento é um processo que começa com o nascimento, não aos 60 ou 90 anos. O envelhecimento é multidimensional, não tem só o aspecto físico, têm outros como o psicológico, social, cultural, cognitivo”, afirma. Ela destaca, ainda, que informação favorece à prevenção e o planejamento para se ter um envelhecimento bem-sucedido.

Para isso, a especialista esclarece que o cuidado deve partir também dos familiares. “As pessoas têm tendência de infantilizar o idoso, isso não existe. Ele até pode regredir emocionalmente ou estar com uma doença no cérebro e isso fazer com que ele perca algumas noções, mas ninguém volta a ser criança”, alerta. Sumaya, que também é psicóloga, destaca que a família tem o papel de apoiadora. “Tem que ter o bom senso para ver o que é possível e o que não é, porque o envelhecimento não é só perda. É um processo de perdas e ganhos. E para envelhecer bem, é importante ver o lado positivo na vida e não ficar só nas perdas, nas doenças, nas incapacidades, pois a velhice não se resume a isso”, ressalta.

A gerontóloga avalia também que é importante estarmos abertos a novos desafios, aprendizados e à necessidade de romper com o isolamento. “Porque o isolamento, não só pode estimular um quadro depressivo como também faz com que o cérebro decline muito mais rápido às suas funções. Se uma pessoa já está programada a desenvolver um problema, isso pode até ser acelerado”, completa a gerontóloga.

Segundo a especialista, pesquisas comprovam que cultivar bons hábitos, como convivência social, ter uma boa alimentação, evitar fumo e bebidas, e dedicar um tempo à atividade física reforçam o funcionamento do sistema cognitivo e cerebral, bem como ajudam a combater cansaço e estresse.