Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no Diário Oficial da União suspende a importação, a distribuição, o comércio e o uso, em todo o território nacional, do produto Anel para Ronco. Também fica suspenso qualquer tipo de propaganda ou publicidade do produto em todos os meios de comunicação.
De acordo com a determinação, o produto, vendido por meio de propaganda no site www.deixarderoncar.com.br para o tratamento de ronco, não tem registro ou cadastro na agência e, portanto, não foi analisada a sua eficácia ou existência de riscos à saúde. O site foi retirado do ar, mas dizia que o produto, lançado no Japão, chegou ao Brasil sendo indicado para quem sofre também de insônia ou tem o sono agitado. O anúncio prometia que o anel estimulava pontos de energia no dedo mínimo da mão esquerda ligado ao intestino delgado e do coração.
No entanto, o ronco é o efeito sonoro da vibração causada pelo afunilamento por que passa a coluna de ar na faringe. Apenas uma fração pequena de ar pode ser inalada pela boca. Por isso, a respiração bucal é classificada como imprópria. O nariz serve justamente para filtrar, esquentar e umedecer o ar a fim de que passasse pela faringe, traqueia, brônquios e chegar aos pulmões numa temperatura adequada. Quando a respiração ocorre da maneira correta pelo nariz não há ronco.
Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que no Brasil 20 milhões de pessoas costumam roncar, sendo que 6 milhões dessas pessoas apresentam sérios problemas respiratórios durante o sono. Por esses números, avalia-se que em torno de 20 mil brasileiros morrem por ano devido a complicações cardiovasculares desencadeadas pelos distúrbios respiratórios do sono.
Nessa estatística não foram computadas outras doenças relacionadas ao hábito de roncar, como as doenças vasculares cerebrais. Neste caso, o número de mortes relacionadas aos roncos e apneia possivelmente triplicaria. O distúrbio do sono como roncar provoca ainda vários sintomas nas pessoas como sonolência excessiva diurna, sono não repousante, falta de memória, dificuldade de concentração, fadiga crônica, depressão e ou ansiedade, disfunções sexuais e até distúrbios de comportamento.