Sexo pode manter a epidemia de ebola viva mesmo depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma área livre da doença
O sexo pode manter a epidemia de ebola viva mesmo depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma área livre da doença, disse um dos descobridores do vírus mortal, na terça-feira,7.
A OMS espera anunciar até o fim desta semana que o ebola foi erradicado da Nigéria e do Senegal depois de 42 dias sem infecções, período padrão para se declarar a extinção de um surto e o dobro do período máximo de incubação do vírus.
Entretanto, parece que a febre hemorrágica pode durar muito mais no sêmen. “Em um homem convalescente, o vírus pode persistir no sêmen por até 70 dias; um estudo indica que podem ser mais de 90 dias”, afirmou a OMS em um boletim informativo na segunda-feira.
“Certamente, é preciso aconselhar os sobreviventes a usar camisinha, a não fazer sexo sem proteção, durante 90 dias”, disse Peter Piot, professor de Higiene e Medicina Tropical da London School e um dos descobridores do Ebola, em 1976.
“Se fôssemos aplicar a regra para o dobro do período, seriam 180 dias – seis meses. Acho que isso (90 dias) provavelmente é um compromisso a se assumir, por questões práticas”, afirmou ele em uma entrevista coletiva em Genebra.
O ebola é transmitido por fluidos corporais, como sangue e saliva, mas também foi detectado no leite materno e na urina, assim como no sêmen, disse a OMS. Mas o vírus inteiro e vivo jamais foi isolado a partir do suor.
No último balanço feito pela OMS, o número total de infectados por ebola na África Ocidental subiu para 7.492 pessoas, das quais 3.439 morreram. A informação foi divulgada na sexta-feira, 3.