Há omissão no que diz respeito à supervisão do Caresami, na opinião do advogado e integrante da Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de Uberaba, Geraldo Brasil
Há omissão no que diz respeito à supervisão do Caresami, na opinião do advogado e integrante da Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de Uberaba, Geraldo Brasil. Ele defende o imediato afastamento dos integrantes da direção da casa para garantir uma apuração adequada. Sendo militante de movimentos de Direitos Humanos na cidade, Brasil concedeu entrevista ao programa Conexão JM, da Rádio JM – 730kHz, quando se posicionou sobre as denúncias de maus-tratos e constrangimentos naquela instituição.
Para o advogado, tanto o município, responsável pela direção da casa, quanto o Poder Judiciário precisam se comprometer com a ressocialização dos menores. “Em primeiro lugar, o Executivo municipal tem que ter cuidado em colocar nos postos de direção destas casas pessoas efetivamente comprometidas com a ressocialização dos menores. Em segundo lugar, o juiz de menores tem o dever a obrigação de estar presente nestas casas. Chega dessa história de que juiz é homem de gabinete, que juíza é mulher de gabinete, tem que estar presente”, afirma.
Os maus-tratos podem ter um efeito nocivo na personalidade desses jovens, na opinião dele. Geraldo Brasil acredita que a recuperação destas pessoas depende do tratamento recebido na instituição. “Os menores ainda não têm um psicológico desenvolvido por completo e, por isso, são passíveis de recuperação. E, assim, se tratados com dignidade, há uma possibilidade maior de recuperação.”
Questionado se concorda com uma possível transferência de responsabilidade sobre a instituição, do Município para o Estado, Brasil afirma que isso já foi cogitado no passado, mas que ele é contra, devido às chances de o Estado querer trazer menores de outras cidades. “Como nós temos essa peculiaridade de Uberaba cuidar de seus infratores, trazer infratores de outras partes pode tumultuar ainda mais o sistema.