BASTA!

Agosto Lilás amplia diálogo com homens para prevenir agressões em Uberaba

Campanha leva diálogo a instituições onde há predominância masculina para conscientização sobre respeito e as múltiplas formas de violência contra a mulher

Dandara Aveiro
Publicado em 17/08/2025 às 10:18
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Uberaba intensifica ações para ampliar o envolvimento dos homens no diálogo e na mudança de comportamento (Foto/Divulgação)

Uberaba intensifica ações para ampliar o envolvimento dos homens no diálogo e na mudança de comportamento (Foto/Divulgação)

Durante a campanha do Agosto Lilás, mês de enfrentamento à violência contra a mulher, Uberaba intensifica ações para ampliar o envolvimento dos homens no diálogo e na mudança de comportamento.

Em encontros realizados em espaços empresariais, profissionais da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres e do Centro Integrado da Mulher (CIM) têm trabalhado diretamente com grupos masculinos para conscientizá-los sobre o respeito nas relações e as múltiplas formas de violência. 

Em entrevista ao JM News, a coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres, Fernanda Mendes, destacou que a programação deste ano busca ir ao encontro da população, com ações voltadas também para o público masculino. “Trabalhamos com empresas específicas. Na Celminas e na Codau, por exemplo, temos atividades com cerca de 100 homens, espaços para dialogar e provocar reflexão sobre comportamentos que muitas vezes são reproduzidos sem que percebam a violência que carregam”, explicou. 

Segundo a secretária adjunta de Desenvolvimento Social, Anna Maia, muitos homens, principalmente os mais velhos, ainda não reconhecem certas atitudes como agressões. “Já ouvimos relatos de quem acredita que está ‘educando’ a parceira ou que foi apenas um descontrole momentâneo. Mas, seja com palavras, gestos ou agressões físicas, esses atos deixam marcas profundas”, ressaltou. 

As rodas de conversa também abordam as violências sutis, como críticas constantes, comentários depreciativos sobre a aparência e o tom autoritário de voz, que podem evoluir para situações mais graves. “Uma fala mal colocada pode evoluir para um tom alterado, depois um soco na parede e, em seguida, agressão física direta. É um passo perigoso que precisa ser interrompido no início”, alertou Fernanda. 

Para provocar empatia, Anna Maia costuma fazer uma pergunta que gera impacto imediato nos participantes, convidando-os a refletir se gostariam que suas filhas tivessem maridos com o mesmo comportamento que apresentam. Esse questionamento costuma provocar silêncio e leva muitos homens a repensarem a forma como tratam suas esposas. Ela ainda reforça que o respeito deve começar dentro de casa, ressaltando que o que deveria ser um ambiente de afeto muitas vezes se transforma em palco de desrespeito. “Se a sociedade deseja que os filhos cresçam em ambientes saudáveis, é preciso refletir sobre as relações que são construídas dentro dos lares”, ressalta. 

Além do trabalho direto com os homens, as iniciativas também atingem o setor de Recursos Humanos (RH) das empresas, que tem papel fundamental para identificar e apoiar funcionárias vítimas de violência e até mesmo agressores presentes no quadro de colaboradores. “Precisamos mostrar a importância de não só empregar mulheres, mas também reconhecer que, dentro do quadro de funcionários, existem mulheres vítimas de violência e o agressor também pode estar lá. Por isso, é fundamental que as empresas saibam lidar com essas situações, por meio de palestras, treinamentos e do fortalecimento da rede de enfrentamento junto ao RH. Isso beneficia tanto o empregador quanto o empregado, além de apoiar famílias inteiras”, destacou Anna Maia. 

As ações com os homens terão reforço em novembro, com a Campanha do Laço Branco, que terá programação voltada exclusivamente para esse público. A iniciativa vai tratar de comportamentos agressivos, desmistificar justificativas como “fui criado assim” ou “estava nervoso” e reforçar que a violência é uma escolha que pode e deve ser transformada. 

Empresas e comunidades interessadas em receber palestras e rodas de conversa podem agendar atendimento pelo telefone (34) 3312-9161 ou pelo e-mail coordenadoriadamulher.uberaba@gmail.com

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