“Ainda está acontecendo o desastre em relação aos animais”, conta veterinário voluntário no RS
Voluntários passaram 15 dias no Rio Grande do Sul (Foto/Reprodução)
Terminado o período de voluntariado, a equipe de médicos veterinários uberabenses viajou para o Rio Grande do Sul. O time, composto pelo professor Cláudio Yudi e as médicas veterinárias Ananda Neves e Alice Maciel, passou 15 dias na cidade de Canoas, próxima a Porto Alegre, para cuidar de animais em situação de vulnerabilidade abrigados após a grande enchente que atingiu a região.
Segundo o professor, os abrigos que não pertencem à Prefeitura estão em processo de desmonte devido à falta de verba. Os animais abrigados nesses locais estão sendo repassados para as instituições financiadas pela rede pública. Dessa forma, quando a equipe deixou o local, cerca de 580 animais de apenas uma instituição aguardavam identificação ou adoção.
“É muito cão, muitas tendas para ajudar. Então, quando a equipe chegou lá, assustou realmente. Com o tempo a gente vai trabalhando, vai acostumando, mas eu falo que ainda está acontecendo desastre em relação aos animais. Porque abriram vários abrigos, só que eles não são da Prefeitura e estão com falta de dinheiro. Agora, o que está acontecendo: os abrigos estão sendo desmontados, a prefeitura está assumindo tudo. Então, no meio da semana, avisaram que a gente iria receber mais 300 cães, e tudo o que estávamos planejando foi por água abaixo”, relata.
Yudi afirma que, apesar dos 300 previstos, apenas 60 foram transferidos, além de 50 gatos. Alguns chegaram a ser doados ou foram para outros abrigos.
A médica veterinária Alice conta que o trio ficou responsável pelos cuidados e bem-estar dos animais, visto que eles já haviam sido castrados por equipes voluntárias anteriores. “A gente falava que ficamos responsáveis pela parte de oferecer carinho, amor, cuidado. Lá tem várias tendas, então nos dividimos. Eu e a Ananda ficamos responsáveis pela tenda nove, que comportava cerca de 150 cães. Então, ficávamos lá dando suporte para esses animais e ficamos responsáveis pela vermifugação, oferecendo remédio de carrapato e triagem para os veterinários responsáveis. Mas o que podíamos fazer, nós fazíamos também”, afirma.
Ananda Neves complementa o relato e conta que as voluntárias também atuavam na lavanderia e na montagem de camas para os animais. “Eu acho que é uma experiência que eu nunca mais vou esquecer. Uma coisa que me chamou atenção positivamente é a resiliência das pessoas, a união. Está todo mundo tentando se ajudar, está todo mundo tentando contornar. O foco principal é a adoção. Então, o tempo todo que estávamos ali, estávamos divulgando e tentando ajudar esses animais”, conta.