Redação do Jornal da Manhã recebeu na tarde de ontem denúncias sobre o sistema de saúde na cidade. A empregada doméstica, Edilaine Raimunda Jesus, declara que o marido
Redação do Jornal da Manhã recebeu na tarde de ontem denúncias sobre o sistema de saúde na cidade. A empregada doméstica, Edilaine Raimunda Jesus, declara que o marido André Luis Batista teve desmarcado um exame de vesícula, em dezembro do ano passado, e até o momento não conseguiu remarcar o exame. “Ele precisa fazer uma cirurgia e está passando mal”, afirma. “Minha mãe morreu de AVC nesse hospital porque o médico demorou três dias para chegar”, reclama Edilaine.
Para fazer o exame, ela explica que o marido ficou três dias de dieta, tomando apenas líquidos e os medicamentos recomendados pelo médico, além de ter continuado trabalhando neste período em serviços pesados, com carregamento de materiais. “A gente não tem dinheiro. Ele não podia parar de trabalhar. Chegamos ao hospital às 6h30 e disseram que o aparelho estava quebrado”, afirma a mulher do doente. “Eu não tenho dinheiro pra pagar esse exame”. Edilaine afirma que o aparelho com problema é o de raio-X.
De acordo com informações do médico Gesner Pereira Lopes, responsável pelo Serviço de Som e Imagem do HC, trata-se de um aparelho radiológico convencional com intensificador de imagem. Importado, ele está em atividade há 10 anos na instituição. Em outubro do ano passado, ele queimou a ampola do tubo de raio-X. O médico explica que a peça é importada e não existe versão brasileira.
Gesner explicou, por meio da assessoria de imprensa da UFTM, que desde aquela época foi aberto processo de licitação para a aquisição da peça. Entretanto, devido aos trâmites legais do processo, existe demora para a peça chegar ao Brasil. Garante, no entanto, que ela, que custa em torno de 15 mil dólares, já está a caminho.
O aparelho do HC é o único dessa natureza disponível em Uberaba pelo Sistema Único de Saúde-SUS (existe outro na iniciativa privada).
Ainda este ano, a universidade irá adquirir outro aparelho.
Ouvidoria. A paciente também reclama do atendimento da ouvidoria do hospital. “Depois disso, a gente veio três vezes para falar com a ouvidoria, mas nunca tem ninguém lá, ou não deixam a gente entrar”, contesta Edilaine.