Dom Roque Opperman, arcebispo metropolitano de Uberaba, participou da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil entre os dias 4 e 12 de maio, em Brasília (DF), e destacou as discussões no evento sobre a valorização da Bíblia. Temas políticos como as eleições deste ano e o repúdio aos políticos ficha suja, além de outros polêmicos como os casos de pedofilia envolvendo a Igreja Católica, também foram tratados no encontro e ressaltados por Dom Roque.
Segundo o arcebispo, a Assembleia serviu para decidir que a Igreja dará cada vez mais importância à palavra de Deus e à Sagrada Escritura. “Neste contexto, os grupos de reflexão bíblica nas casas, por exemplo, terão papel estratégico”, explica, lembrando que outros 29 temas também foram tratados nos 10 dias de reuniões.
Ainda de acordo com Dom Roque, a Igreja também distribuirá milhões de bíblias nas comunidades mais pobres. “Esta ação já começou nas regiões Norte e Nordeste e depois chegarão ao Sul e Sudeste”, revela.
Quanto aos temas políticos, os bispos confirmaram estar atentos à questão polêmica tratada recentemente no Senado, com a aprovação do projeto Ficha Limpa. “Na Assembleia, reafirmamos a restrição a eles”, lembra Dom Roque.
“Além disso, também temos grande preocupação com o Programa Nacional de Direitos Humanos, que foi parcialmente modificado após a série de críticas que recebeu, inclusive nossas. Observaremos esta questão também para que as camadas mais pobres não sejam prejudicadas”, completa.
Ainda de acordo com Dom Roque, a Igreja também fará manifestações sobre as eleições somente após o conhecimento oficial dos candidatos, mas desde já, faz questão de enfatizar seu compromisso com a preservação da floresta Amazônica e com as classes menos favorecidas. “Também não aceitaremos candidatos que desrespeitem a família e a liberdade religiosa”, afirma.
Pedofilia. O arcebispo garante também que durante o evento em Brasília, foram definidas estratégias para evitar a continuação de registros de pedofilia envolvendo padres. “Criamos um consenso de que o problema existe e precisamos corrigi-lo com urgência. Para isso, a recomendação é para que seja feita uma melhor observação e escolha dos candidatos para o sacerdócio, encontrando aqueles que têm vocações corretas e não doentias, pois a pedofilia é uma doença e um crime”, avalia.
“Também ficou estabelecido que haverá acompanhamento de profissionais da psicologia nestes processos de escolha dos novos sacerdotes, para que possam ser feito da melhor forma possível”, complementa Dom Roque.
O arcebispo disse também que durante a Assembleia, os bispos chegaram a mais uma conclusão. “Este problema da pedofilia dentro desta religião é grave e precisa ser corrigido, mas não é exclusivo da Igreja Católica. Existe em todas as outras religiões e áreas também”, finaliza Dom Roque.