As hortas de quiabo são uma das que mais sofreram com as baixas temperaturas registradas nos últimos dias no município (Foto/Reprodução)
A quinta onda de frio do ano, que derrubou os termômetros a 3,5°C na área urbana e a 1,8°C na zona rural de Uberaba, levou prejuízos a produtores de hortaliças e frutas da região. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros e da Agroindústria Familiar do Vale do Rio Grande (Horvagra), Sérgio Nepomuceno, cultivos como abobrinha, mamão, tomate, quiabo, jiló e abacaxi sofreram perdas significativas, o que pode reduzir a oferta e elevar os preços nos próximos dias.
As hortaliças folhosas tiveram impacto variável conforme a localidade. Em Santa Fé, houve perdas em lavouras de abobrinha e folhas, enquanto em São Basílio a redução foi menor, estimada entre 10% e 20% da produção. O frio também afetou culturas mais sensíveis, com destaque para mamão, tomate, quiabo e jiló, que já apresentam danos visíveis.
No caso do tomate, os frutos protegidos por folhas devem resistir temporariamente, mas os que estavam mais expostos já foram comprometidos. O quiabo, altamente vulnerável ao frio, praticamente sumiu das lavouras locais e será necessário buscar o produto em outras regiões. “Quiabo é muito exposto, detonou muito, já não tem em Uberaba e já não vai ter em Igarapava, que é um dos fornecedores de Uberaba; talvez vai ter que buscar mercadoria fora”, explicou Nepomuceno.
Entre as frutas, a situação mais crítica ocorre no abacaxi produzido na região de Frutal, onde 20% da safra foi perdida. As baixas temperaturas provocaram rachaduras nos frutos — algumas de até 3 centímetros —, comprometendo a aparência e inviabilizando a venda. Esse problema decorre do estresse térmico sofrido pela planta.
Além de reduzir a oferta, o frio intenso pode pressionar os preços nas feiras e mercados de Uberaba. A necessidade de importar produtos deve provocar alta nos preços. “Consequentemente, o preço vai aumentar devido aos custos e vão ser dois agravantes, a falta do produto e a despesa com logística. Então, nós vamos ter alguns problemas, sim. Espero que seja temporal, espero que as lavouras recuperem, vamos ver no que vai dar”. Enquanto isso, o setor se prepara para lidar com a redução de produtos e com a alta de custos provocada pelo clima rigoroso.