E não somente o HIV, mas outras doenças preocupam, como a sífilis, as hepatites e a clamídia
Aumentam os casos de pessoas idosas em Uberaba diagnosticadas com Infecções Sexualmente Transmitidas (ISTs) (Foto/Ilustrativa/Getty Images)
Aumentam os casos de pessoas idosas em Uberaba diagnosticadas com Infecções Sexualmente Transmitidas (ISTs). Segundo a coordenadora do Centro de Testagem e Acompanhamento (CTA), Karina Nogueira, essa faixa etária passou por mudanças culturais e sociais nos últimos anos, o que pode ter causado a alta nas taxas.
Em entrevista ao Pingo do J, da Rádio JM, Karina Nogueira explicou que o CTA desempenha um papel fundamental no combate às ISTs, oferecendo serviços de diagnóstico e tratamento, além de programas de prevenção. "Nós temos um programa municipal de IST/Aids e Hepatites Virais, e dentro dele, oferecemos dois serviços principais: o CTA e assistência especializada", esclareceu.
Dentro do programa, são levantadados dados e informações sobre as contaminações em Uberaba. A população sexualmente ativa, geralmente jovens, está mais exposta a essas infecções devido ao aumento do número de parceiros sexuais, e ainda lideram os números. No entanto, o que tem chamado a atenção das autoridades de saúde é o aumento nos casos entre a população da terceira idade.
"Hoje em dia, nossos idosos não estão apenas em casa cuidando dos netos, eles frequentam bailes, têm uma vida social mais ativa e, consequentemente, estão mais expostos a situações de risco. Na época deles, não havia tanta ênfase na prevenção das ISTs, e o HIV é uma doença relativamente nova. Portanto, muitos idosos têm dificuldade em se adaptar a essas práticas de segurança. É por isso que realizamos palestras e programas educacionais focados na terceira idade. Nosso objetivo é levar informações, insumos de prevenção, como preservativos, e conscientizar sobre a importância da proteção", afirmou Karina Nogueira.
E não somente o HIV, mas outras doenças preocupam, como a sífilis, as hepatites e a clamídia. "Elas não estão extintas. Ainda existem e a contaminação pode ser até mais fácil. A sífilis, por exemplo, não se pega apenas pela relação sexual, mas por outros contatos com lesões e sangramentos, pelo beijo. (...) E todas elas, não tratadas, podem evoluir e haver comprometimento de órgãos. A neurosífilis, por exemplo, é quando a doença atinge a parte cerebral e, nos casos avançados, pode causar óbito", revela a coordenadora.