TRANSPORTE

Ministério Público pede e Justiça determina que Prefeitura de Uberaba suspenda contrato da Gathi

Decisão atendeu ao pedido do Ministério Público no âmbito da investigação que apura fraude na licitação, em que três empresas classificadas no certame teriam feito conluio

Wellington Cardoso; Marconi Lima
Publicado em 20/12/2025 às 09:03Atualizado em 20/12/2025 às 13:14
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Durante a Operação Todas por Uma, deflagrada no mês passado, foram constatadas fortes ligações entre empresas concorrentes, a ponto de uma usar endereço e garagem de outra  (Foto/Divulgação)

Durante a Operação Todas por Uma, deflagrada no mês passado, foram constatadas fortes ligações entre empresas concorrentes, a ponto de uma usar endereço e garagem de outra (Foto/Divulgação)

A pedido do promotor Eduardo Fantinati, o juiz Nilson de Pádua Ribeiro Júnior, da 5ª Vara Cível, determina que a Prefeitura de Uberaba suspenda imediatamente o contrato com a Gathi, empresa responsável pelo transporte escolar rural no município. A decisão, tomada na sexta-feira (19), não prejudicará o pagamento dos motoristas da empresa paulista. O acerto do salário mensal poderá ser feito pelo município diretamente com os trabalhadores.

Na decisão, também fica permitida pelo Judiciário a contratação da Ubervan (cooperativa), diante das cautelas peticionadas pelo promotor de Defesa do Patrimônio Público para assegurar a prestação do serviço de transporte escolar de alunos da zona rural no início do ano letivo. A cooperativa também participou da licitação e é a quarta classificada, atrás das empresas envolvidas na fraude investigada.

As determinações do juiz Nilson de Pádua estão na liminar deferida na sexta-feira no contexto da apuração de fraude na licitação conduzida pela Prefeitura no ano passado para a contratação do sistema de transporte. Três empresas teriam feito conluio para que o contrato fosse feito com a Gathi, segunda colocada no certame. No âmbito do MP e do Judiciário, as investigações terão ainda outros desdobramentos.

No mês passado, foi deflagrada a Operação Todas por Uma, que cumpriu mandados de busca e apreensão e bloqueou R$12 milhões em bens, suspeitando que empresas paulistas coligadas simularam concorrência para direcionar o contrato de 2024, que atende cerca de 1.500 alunos. 

De acordo com o MPMG, as três empresas que ficaram classificadas em primeiro, segundo e terceiro lugar concorreram no pregão eletrônico 44/2024 de Uberaba, teriam ligações entre si e teriam agido juntas para que uma delas ficasse com o contrato.

Ainda conforme o MPMG, a primeira e a segunda empresas têm vínculos fortes. O administrador da terceira colocada foi representante da primeira colocada em outras licitações no estado de São Paulo em anos anteriores. Foi levantado também parentesco entre os sócios e a sede declarada da terceira colocada é uma garagem de apoio da primeira colocada.

A segunda colocada seria uma empresa de fachada e não teria condições de prestar o serviço.

Apesar da decisão judicial, no âmbito do MP e do Judiciário as investigações terão ainda outros desdobramentos.

Prefeitura diz que adota todas as providências para manter o serviço

A Prefeitura de Uberaba, por meio de nota, afirmou que está adotando as providências necessárias para garantir o atendimento aos estudantes da rede municipal de ensino na zona rural diante da decisão da Justiça, que determinou que a Administração Municipal suspenda o contrato com a Gathi, empresa responsável pelo transporte escolar rural no município.

A nota divulgada pela Administração Municipal afirma que no retorno do ano letivo, que começa em fevereiro de 2026, a próxima empresa classificada no processo licitatório já terá sido convocada para habilitação e contratação, assegurando a continuidade do transporte escolar rural com segurança e regularidade.

“A Prefeitura reitera que seguirá integralmente a determinação judicial e reforça seu compromisso com a transparência”, finaliza a nota. 

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