Após o alerta emitido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no último domingo (9) sobre o aumento de registros de escorpiões em Uberaba, o biólogo Luiz Gustavo Pinheiro Rodrigues, chefe da Associação de Controle de Zoonoses, reforçou que o combate a esses animais deve ser feito com prevenção e manejo ambiental.
Segundo o especialista, o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) — espécie predominante na cidade — se adaptou perfeitamente ao ambiente urbano, especialmente em redes de esgoto, ralos e entulhos, onde encontra alimento e abrigo. “Ele não é um invasor que veio da mata. Vive nas estruturas da cidade porque encontra condições ideais de sobrevivência e alimento, principalmente baratas”, explicou.
Luiz Gustavo alerta que não existem pesquisas científicas que comprovem a eficácia de venenos contra escorpiões, apesar de haver produtos liberados pela Anvisa. “O Ministério da Saúde não recomenda o uso de inseticidas para o controle desses animais. O escorpião tem sensores muito sensíveis no corpo e percebe o produto antes que ele faça efeito. Ele simplesmente se esconde em fendas e reaparece depois”, disse.
Além disso, aplicar veneno em ralos, esgotos ou quintais pode causar um desequilíbrio ambiental, empurrando os escorpiões para casas vizinhas e aumentando o risco de acidentes. “As pessoas compram produtos na internet, fazem diluições erradas e acabam intoxicando a própria família. O veneno é um paliativo, não uma solução”, reforçou o biólogo.
Limpeza e vedação são as principais medidas
A orientação da Zoonoses e da Secretaria de Saúde é que a população adote medidas simples e contínuas de prevenção: