(Foto/Reprodução)
Abril é marcado pela campanha Abril Lilás, que busca conscientizar os homens sobre a importância do cuidado com a própria saúde, com foco especial na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de testículo. Apesar de ser considerado um tipo raro — representando cerca de 1,5% de todos os casos de câncer em homens —, a doença tem altas chances de cura quando identificada nos estágios iniciais.
Segundo o urologista Vitor Augusto Alves Cobo, do Hospital Hélio Angotti, o número de diagnósticos tem aumentado gradualmente nas últimas décadas. “Isso acontece porque os homens estão se cuidando mais e os exames de imagem se tornaram mais acessíveis. Mas o tabu ainda existe, e isso pode atrasar a busca por ajuda médica”, destaca.
A faixa etária mais acometida pelo câncer de testículo é entre 20 e 45 anos, mas também há casos em homens com mais de 60 anos, geralmente associados a linfomas testiculares, mais agressivos e menos comuns. Nos últimos cinco anos (de 2020 a 2024), foram registrados 24 novos casos da doença no Hélio Angotti, sendo que o registro dos casos do ano passado, ainda não foram finalizados.
O especialista aponta alguns fatores de risco importantes: histórico familiar da doença, infertilidade prévia, criptorquidia (quando o testículo não desce completamente na infância), Síndrome de Klinefelter (condição genética com cromossomo X extra) e presença de tumor no testículo contralateral.
Uma dúvida frequente entre os pacientes é se o tratamento pode afetar a fertilidade. O médico explica que na maior parte dos casos, a retirada de um testículo não interfere na capacidade reprodutiva, desde que o outro esteja funcionando normalmente. Mas ressalta que é sempre importante conversar com o médico sobre possibilidades como o congelamento de esperma, quando necessário. Além da cirurgia para retirada do testículo afetado, alguns casos podem exigir quimioterapia ou cirurgia intra-abdominal complexa, a depender do grau de comprometimento da doença.
Vitor reforça a importância da informação e do autoexame como principais aliados na detecção precoce. “O homem precisa estar atento a qualquer alteração, como nódulos ou aumento de volume. O ideal é fazer o autoexame testicular a cada seis meses, durante o banho, de forma simples e rápida.”
O câncer de testículo é cercado de preconceitos e desinformação. Por isso, neste Abril Lilás, a mensagem é clara: cuidar da saúde também é um gesto de coragem. E falar sobre o assunto é o primeiro passo para vencer o medo e salvar vidas.