CIDADE

CAP Visual faz manifesto contra a substituição do sistema braile

Professores e a comunidade da Escola Estadual Professor Alceu Novaes/ CAP Uberaba - Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual fizeram um manifesto

Fernando Natálio
Publicado em 28/09/2010 às 23:48Atualizado em 20/12/2022 às 04:06
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Professores e a comunidade da Escola Estadual Professor Alceu Novaes/ CAP Uberaba - Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual fizeram um manifesto contra um projeto do Ministério da Educação e Cultura e o entregaram. O MEC quer substituir o sistema braile, a partir do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, pelo projeto Mecdaisy.

Esta iniciativa do MEC, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, permite que o livro didático seja digitado no formato Dayse, permitindo que as pessoas cegas façam leitura em áudio e naveguem por todo o texto. Neste caso, os cegos passam a ser ouvintes e não leitores do livro.

No manifesto, a equipe do CAP/Uberaba afirma que impedir os cegos de receber o seu material em braile é uma medida arbitrária. “Os alunos que enxergam podem ficar sem o sistema de leitura e escrita? Não somos todos iguais?” - questionam os profissionais da Escola Estadual Professor Alceu Novaes.

Eles também querem conscientizar os pais, alunos, professores e a comunidade que o Mecdaisy deve ser um recurso a mais para os deficientes visuais e não substituir o livro em braile.

O manifesto também destaca a importância do sistema em braile, criado em 1825. “Ele conseguiu transformar a vida daqueles que passaram a expressar-se mais, tiveram maior contato com a informação e, hoje, conseguem comunicar-se por meio do registro escrito.”

Luana Honorato Diniz, que tem deficiência visual total, endossa o posicionamento dos professores da Escola Alceu Novaes e lembra que o braile é insubstituível. “O áudio deveria vir para somar. É uma forma mais rápida para acompanharmos determinados livros e assuntos, mas, muitas vezes, não permite a aprendizagem da escrita correta. Por isso, é preciso que o braile seja mantido não só entre o 6° e 9° ano do ensino fundamental, como em todos os outros níveis da educação”, analisa, lembrando que ainda faltam materiais em braile. “Temos dificuldade para encontrar livros com este sistema”, completa.

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