INVENTARIADO?

"Casa do Bin Laden" segue em ruínas no Centro, mesmo com laudo por demolição desde 2021

Prédio antigo, conhecido como “Casa do Bin Laden”, na praça da “Concha Acústica”, gera preocupação diante do eminente risco de desabar

Joanna Prata
Publicado em 29/07/2025 às 14:51Atualizado em 29/07/2025 às 19:02
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Imóvel conhecido como "Casa do Bin Laden", em frente à Concha Acústica, no Centro de Uberaba (Foto/Divulgação)

Imóvel conhecido como "Casa do Bin Laden", em frente à Concha Acústica, no Centro de Uberaba (Foto/Divulgação)

Imóvel conhecido como "Casa do Bin Laden", em frente à Concha Acústica, no Centro de Uberaba (Foto/Divulgação)

Mesmo após a constatação técnica de risco de desabamento desde 2021, o imóvel conhecido como “Casa do Bin Laden”, localizado na Rua Artur Machado, bem em frente à Concha Acústica, continua de pé em plena área central de Uberaba. A Defesa Civil já recomendou a demolição do prédio, mas, até o momento, nenhum órgão público autorizou a medida, gerando preocupação entre os vizinhos e transeuntes que passam diariamente pela via. O local apresenta sinais visíveis de deterioração e permanece sem qualquer sinal de intervenção prática. 

O parecer técnico elaborado em 2021 que embasa o pedido de demolição foi elaborado de forma particular pelo engenheiro civil Ilgner Pessoa Finholdt Valim, especialista em perícias e avaliações de imóveis. O documento detalha uma série de patologias estruturais graves e conclui pelo risco iminente de colapso. A Defesa Civil de Uberaba aceitou o laudo particular e, após vistoria própria, emitiu seu próprio laudo oficial confirmando o comprometimento estrutural do imóvel. Entre os problemas apontados estão “fissuras, trincas, rachaduras, fendas e brechas”, além da presença de “cupins em toda extensão do imóvel, inclusive nas vigas de sustentação” e um “telhado em colapso”. O engenheiro também observou “ruptura da frente do imóvel com o restante” e alertou que a estrutura está cada vez mais instável. O parecer técnico também afirma que “a falência estrutural está cada dia mais abalada e perigosa”.

Apesar disso, o assunto foi debatido recentemente em reunião do Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Conphau), conforme publicado no Porta Voz em 2 de julho de 2025. Durante o encontro, alguns conselheiros se manifestaram contra a demolição, sob o argumento de que o imóvel possui arquitetura de valor histórico. No entanto, não há registro oficial de que o prédio esteja inventariado como patrimônio histórico, conforme apontaram o advogado Marcello Frossard e o também advogado e historiador Guido Bilharinho. Ambos afirmam que Uberaba não possui imóveis oficialmente inventariados, pois não há nenhum ato administrativo ou publicação no Diário Oficial que comprove a formalização. 

A divergência de posicionamentos dentro do Conphau resultou na proposta de envio do caso ao Ministério Público, a fim de avaliar se o conselho pode se opor ao laudo da Defesa Civil. Durante a votação, parte dos conselheiros se manifestou favorável à demolição, como o conselheiro Sérgio Cad, que justificou seu voto afirmando que “por não ser engenheiro ou arquiteto, acompanha o parecer da Defesa Civil” conforme a publicação do Porta Voz. Para o advogado Marcello Frossard, condicionar a autorização da demolição de um imóvel condenado à manifestação do Ministério Público configura uma interferência indevida nas competências do Poder Executivo. Ele argumenta que, com o risco à integridade física de pessoas e imóveis vizinhos já reconhecido tecnicamente, a autorização para a demolição deveria ser automática e imediata. 

Diante da repercussão do caso, a Prefeitura de Uberaba se manifestou por meio de nota ao Jornal Da Manhã, informando que “acompanha o caso do imóvel citado por meio das secretarias e setores competentes”. Segundo o Executivo, o imóvel passará por nova vistoria do Departamento de Posturas ao longo desta semana, sem, no entanto, apresentar um plano de ação objetivo para resolver o impasse que se arrasta há quatro anos. Enquanto isso, o imóvel permanece em estado de ruína e sem qualquer isolamento eficaz, gerando insegurança para a população e levantando questionamentos sobre a responsabilidade dos órgãos públicos. 

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