O namoro é uma das melhores fases da vida do ser humano. Essa é uma etapa em que as pessoas se unem pelo amor e encontram companheirismo, cumplicidade, afeto e amizade. Os jovens passam por esse período e aproveitam com toda intensidade o que a idade permite. Porém, depois de tudo o que viveu, a “melhor idade” está redescobrindo o amor.
Aos 70 anos, Dervina Maria de Jesus acredita estar passando pela melhor época da vida. Após alguns sofrimentos amorosos, ela optou por não casar e depois de sete anos viu a amizade com o aposentado Alexandre Geraldino, 72 anos, virar namoro, que já dura quatro anos. O encontro dos dois aconteceu na sede da UAI (Unidade de Atendimento ao Idoso), onde frequentam todas as tardes para as suas atividades preferidas, entre elas namorar.
Para ela, o amor na terceira idade é melhor, pois há sinceridade, verdade, compreensão, amizade e cumplicidade. “O namoro agora é melhor do que antes. A diferença está no respeito e no valor em que damos às coisas, sem interesse financeiro. Vemos a vida de maneira positiva e respeitosa.”
O namoro dos dois é tranquilo e não há envolvimento familiar. Alexandre é viúvo, tem filhos e netos. Dervina, apesar de nunca ter casado, tem dois filhos biológicos e um adotivo. Ela explica que os filhos nunca interferiram e não houve dificuldade, mas o fato de não ter contato com a família dele foi a maneira que ela encontrou para evitar problemas. Porém, destaca que não tem nada contra eles.
Os dois pretendem continuar juntos e sempre procuram se divertir. Ela ressalta que todos os momentos que passa com o namorado são especiais. “Costumamos sair para dançar, almoçar e gostamos de passar as horas livres em locais agradáveis, e, quando há oportunidade, viajamos para conhecer novos lugares”, diz ela. A esperança de Dervina para o futuro é continuar com Alexandre e dar seguimento ao curso de pintura para se tornar uma grande artista plástica.