Especialistas alertam para os riscos da adesão acrítica a modismos difundidos pela internet. (Foto/Divulgação)
O uso de chupetas por adultos, hábito que viralizou nas redes sociais e vem sendo apontado como tendência em países como China e Coreia do Sul, chegou também ao debate no Brasil. A prática, originalmente associada à infância, tem sido defendida por alguns adeptos como forma de reduzir estresse, ansiedade e até vícios, além de ajudar no sono e no controle do bruxismo. No entanto, especialistas alertam para os riscos da adesão acrítica a modismos difundidos pela internet.
Em entrevista à Rádio JM, o psicólogo Sérgio Marçal classificou o fenômeno como “um comportamento de manada” e destacou que existem alternativas saudáveis e comprovadas para lidar com a ansiedade. “Temos recursos terapêuticos como psicoterapia, medicação, exercício físico, respiração e meditação. Criar modismos sem crítica empobrece a nossa razão e a inteligência coletiva”, afirmou. Para ele, práticas desse tipo podem ser uma forma de regressão, associada a fixações não resolvidas na chamada fase oral.
Marçal também chamou a atenção para a influência das redes sociais na popularização de comportamentos inusitados. “Hoje a informação chega muito mais rápido e sem filtro. Você pode passar o dia rolando a tela e consumindo apenas conteúdos semelhantes, que a própria criptografia te direciona. É uma intoxicação de informação que precisa ser analisada com cuidado”, explicou. Segundo ele, é fundamental desenvolver senso crítico e não apenas reproduzir tendências que viralizam.
Para o especialista, a chave para uma vida equilibrada está em buscar alternativas consistentes e sustentáveis. “Excessos e faltas escondem algo que precisa ser resolvido. O equilíbrio é sempre a chave para viver bem”, completou. A recomendação, portanto, é encarar modismos com cautela, priorizando soluções já validadas pela ciência e evitando transformar a saúde mental em mais um campo de experimentação das redes sociais.