FÉRIAS EM CASA

Como entreter as crianças longe das telas

Joanna Prata
Publicado em 20/07/2025 às 18:03Atualizado em 20/07/2025 às 18:36
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Crianças telas celular tablet (Foto/Reprodução)

Durante o período de férias escolares, muitas famílias se veem diante do desafio de entreter as crianças sem recorrer excessivamente aos celulares, tablets e outras telas. Para a pedagoga e professora Gismeire Portes, essa é uma excelente oportunidade para desconectar os pequenos do mundo digital e reconectá-los com experiências reais e enriquecedoras. Segundo ela, as férias devem ser um tempo de descanso físico e mental, com vivências que rompem com a rotina acelerada do calendário escolar. 

Gismeire alerta que o uso excessivo de telas pode ter sérios impactos no desenvolvimento infantil. "Crianças que passam muito tempo diante das telas tendem a ficar mais agitadas, impacientes e com dificuldade de concentração", afirma. Além disso, o contato contínuo com conteúdos digitais pode comprometer o sono, as habilidades sociais e até o rendimento escolar. “As telas oferecem estímulos passivos, enquanto o brincar e a interação humana ativam o cérebro, o corpo e as emoções de forma integrada”, explica a especialista. 

Mesmo com maior conscientização por parte das famílias, a dependência digital ainda é uma realidade, inclusive nas férias. “Muitas vezes os próprios adultos recorrem às telas por praticidade ou cansaço. O importante é buscar equilíbrio e oferecer alternativas significativas de lazer”, pontua a pedagoga. Segundo ela, mais do que proibir o uso da tecnologia, é fundamental que os pais estejam emocionalmente presentes, incentivando brincadeiras e momentos em família. 

E alternativas não faltam. Gismeire sugere atividades simples e acessíveis como brincar ao ar livre, jogos de tabuleiro, pintura, contação de histórias, culinária, jardinagem, oficinas de arte com materiais recicláveis e leitura em conjunto. “Quando os adultos participam, esses momentos se tornam ainda mais especiais e fortalecem os vínculos afetivos”, diz. 

Brincadeiras clássicas como queimada, amarelinha e esconde-esconde também devem ser resgatadas. “Elas não saem de moda e têm um valor pedagógico imenso. Estimulam a coordenação motora, o trabalho em equipe e criam memórias afetivas”, afirma. Para isso, os adultos precisam se envolver, criar ambientes seguros e motivar as crianças a explorar essas formas de brincar. 

A leitura também pode ser uma grande aliada durante o recesso escolar. A pedagoga recomenda livros adequados para cada faixa etária: dos coloridos e sonoros para os bebês aos livros de fantasia e biografias para os mais velhos. “Mais do que escolher o título ideal, o essencial é que a leitura seja um momento prazeroso e compartilhado. Quando o adulto lê com a criança, está dizendo que aquele instante é especial”, ressalta. 

Para Gismeire, as férias também são uma excelente oportunidade de desenvolver a autonomia e a criatividade. “Envolver as crianças em tarefas simples, como ajudar na cozinha ou cuidar das plantas, estimula a responsabilidade. Atividades manuais como pintura, culinária ou jardinagem também têm grande valor educativo, pois trabalham paciência, cuidado, expressão emocional e consciência ambiental”, explica. 

Mesmo para os pais que continuam trabalhando durante o período de férias, a pedagoga oferece dicas práticas. “É possível qualificar o tempo que se tem. Incluir a criança em pequenas tarefas diárias ou reservar um momento especial no fim do dia já faz diferença. O importante não é a quantidade de tempo, mas a qualidade”, conclui. Assim, com criatividade, presença e afeto, é possível tornar as férias uma experiência rica e memorável — longe das telas e mais perto da vida real.

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