Boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde aponta aumento considerável na taxa de transmissão da Covid-19 em Uberaba. Com 52 novos casos confirmados na última semana, a taxa chegou a 0,91. O valor ainda não é considerado preocupante para fins de transmissibilidade (que são os valores acima de 1), mas acende alerta nas autoridades sanitárias. O aumento acompanha a elevação de outras doenças respiratórias, comuns neste período do ano devido ao tempo seco e à fumaça das queimadas.
De acordo com o infectologista Rodrigo Molina, diferenciar a Covid-19 de outras viroses respiratórias apenas pelos sintomas é um desafio. “A doença hoje se apresenta, na maioria dos casos, com sinais semelhantes aos de outras infecções, como febre, dor de garganta, dor no corpo, tosse e coriza. O que pode chamar a atenção é a perda de olfato e paladar, ainda que menos frequente, e sintomas gastrointestinais em alguns pacientes. A confirmação só é possível de forma segura por meio de testes, como antígeno ou RT-PCR”, explicou.
O médico destacou que a alta nos casos tem diferentes fatores, entre eles a baixa umidade, o aumento da permanência em ambientes fechados e a possível circulação de novas variantes. Além disso, Molina chamou atenção para a redução da adesão às medidas preventivas e, principalmente, ao reforço vacinal.
Uma das variantes recentes, apelidada de “da rouquidão”, já foi identificada no Brasil e pode chegar a Uberaba nas próximas semanas. “Ela recebeu esse nome porque muitos pacientes relatam alteração de voz ou rouquidão, além de dor de garganta, tosse, febre baixa, mal-estar e coriza. Até agora, não há indícios de maior gravidade, mas a transmissão é maior”, observou o infectologista.
O médico reforçou que a vacinação continua sendo a principal forma de proteção contra formas graves da doença. “Quem recebeu a última dose há um ano provavelmente já perdeu grande parte da proteção. Essas pessoas se tornam mais suscetíveis ao vírus e, se tiverem fatores de risco, podem desenvolver quadros graves. Manter a imunização em dia é fundamental”, alertou.