O Geoparque Uberaba – Terra de Gigantes reúne cinco geossítios e dois sítios não geológicos (Foto/Reprodução)
Há mais de uma década, a tese de doutorado do geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro propôs o “Projeto Geoparque Uberaba – Terra dos Dinossauros do Brasil”. O que começou como um trabalho acadêmico, há um ano recebeu a chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para se tornar o Geoparque Uberaba – Terra de Gigantes.
Após apresentar o seu trabalho, Luiz Carlos Ribeiro começou a frequentar as reuniões dos geoparques mundiais. Em um desses eventos, conheceu o geólogo francês Guy Martine, um dos fundadores da Rede Europeia de Geoparques, e lhe apresentou o “Projeto Geoparque Uberaba – Terra dos Dinossauros do Brasil”. Com expertise no assunto, Martine orientou o geólogo uberabense a trocar o nome do projeto, pois limitar o Geoparque Uberaba em ser apenas Terra dos Dinossauros do Brasil seria desconsiderar todos os outros aspectos geológicos, culturais e históricos que o município oferece.
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Em 2017, Ribeiro conseguiu reunir a Prefeitura Municipal de Uberaba (PMU), a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), oportunidade em que expôs sua pesquisa de doutorado. Os representantes dessas instituições, visando uma oportunidade singular para a cidade de Uberaba se tornar polo turístico, de pesquisa e de negócios, aceitaram o desafio e passaram a ser consignatários do projeto.
No ano de 2019, com o objetivo de fomentar as ações de desenvolvimento econômico do projeto, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) integrou ao Projeto Geoparque Uberaba, tornando-se a quarta instituição consignatária.
A chancela então chegou em 27 de março de 2024. E o Geoparque Uberaba – Terra de Gigantes reúne seis geossítios (Ponte Alta, Caieira, Univerdecidade, Serra da Galga, Santa Rita e Vale Encantado) e dois sítios não geológicos (Museu dos Dinossauros em Peirópolis e Museu da Cal).
Durante entrevista ao programa Pingo do J, na Rádio JM, a presidente da Associação Geoparque e do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Paula Cusinato, destacou que, com a chancela da Unesco, Uberaba reafirmou seu protagonismo no turismo geológico e cultural, reforçando sua identidade como a “Terra de Gigantes” e ampliando seu reconhecimento no cenário mundial.
“Para que Uberaba se consolide como destino turístico e que a gente consiga atrair mais visitantes de todo o Brasil e do mundo, temos que trabalhar várias frentes, nosso trade turístico, infraestrutura e políticas públicas. O Comtur tem papel fundamental para que a gente consiga reunir esses esforços nas diferentes áreas de atuação”, disse Paula Cusinato.
O território reconhecido integra os valores geológicos, turísticos e culturais da cidade
O território do Geoparque totaliza a extensão de 4.540,51 quilômetros quadrados, dimensão semelhante a outros geoparques europeus. A integração do patrimônio geológico com os valores históricos e culturais que Uberaba oferece é uma contribuição para a construção de uma identidade singular para este território em consonância com os propósitos previstos para os geoparques de acordo com o conceito da Unesco.
O Geoparque Uberaba – Terra de Gigantes conta com três pilares de representatividade internacional: “Terra dos Dinossauros do Brasil”, “Local onde Chico Xavier se revelou ao espiritismo mundial” e “Capital Mundial do Zebu”.
Geoparques são áreas geográficas delimitadas que têm patrimônio geológico de relevância internacional. A gestão desses territórios tem o objetivo de proteger os patrimônios naturais, históricos e culturais, além de promover a educação, o turismo e o desenvolvimento sustentável.