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Delegado orienta população a não reagir a assaltos: “A vida sempre está acima do patrimônio”

Dandara Aveiro
Publicado em 25/12/2025 às 17:16
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A reação a assaltos pode transformar situações inicialmente menos graves em ocorrências de extrema violência. O alerta é do delegado Felipe Colombari, chefe do 5º Departamento de Polícia Civil, ao comentar casos recentes registrados em Uberaba e reforçar a orientação padrão das forças de segurança, de não reagir diante de crimes patrimoniais. 

Segundo Colombari, a diretriz adotada no Brasil e em diversos países é clara, e a orientação padrão das forças de segurança é para que a vítima não reaja a assaltos, uma vez que a reação pode agravar a ocorrência. O delegado explica que situações inicialmente classificadas como furto podem evoluir para roubo e, em cenários mais extremos, resultar em latrocínio. Para ele, a reação só é indicada em situações muito específicas, quando há força superior, o que não se aplica ao cidadão comum. “O policial tem técnica, treinamento e nunca atua sozinho. Já o cidadão comum, não”, enfatizou.

A autoridade ressalta que, juridicamente, há uma hierarquia clara entre bens jurídicos. Para Colombari, mesmo quando há indignação ou impulso, é preciso avaliar as consequências. “Às vezes é instintivo: tem gente que trava, tem gente que avança. Mas, se houver discernimento, a melhor decisão é não reagir”. 

O tema ganhou repercussão em Uberaba após um caso recente, e pouco comum, no qual uma idosa de 72 anos reagiu a uma tentativa de roubo e mordeu o braço do assaltante, que acabou fugindo. Apesar de o desfecho não ter resultado em ferimentos graves à vítima, Colombari reforça que situações assim envolvem riscos elevados. “Se o agressor estivesse armado, o final do caso poderia ter sido trágico”, avaliou. 

O delegado também esclareceu que reações desproporcionais podem trazer consequências legais para quem, inicialmente, seria a vítima. “A legítima defesa exige meio moderado e proporcional. Tivemos casos em que pessoas acabaram presas porque torturaram o autor do furto dentro de casa. Isso não é legítima defesa”, explicou. 

Por fim, Colombari reforçou que a exceção ocorre apenas quando há ameaça direta e iminente à vida. “Se estão atentando contra a integridade física, é um contra o outro, fisicamente. Mas fora isso, a recomendação é clara: preserve-se. Nenhum bem material vale uma vida”, concluiu. 

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