A aprovação do projeto que institui o programa de revitalização do Centro de Uberaba foi bem recebida por entidades representativas de comerciantes e lojistas do município. Tanto a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) quanto o Sindicato do Comércio Varejista (Sindicomércio) avaliam que a iniciativa cria um ambiente favorável para a retomada da região central, mas ressaltam que o sucesso da proposta dependerá da atuação conjunta entre poder público e setor produtivo.
Durante entrevista ao programa Pingo do J, da Rádio JM, o presidente da CDL Uberaba, Lorival Ferreira da Costa, o Panela, comemorou a aprovação do projeto, destacando que a medida representa o resultado de uma mobilização antiga das entidades ligadas ao comércio. “Deu até pra gente sentar à tarde e tomar uma taça de vinho pra comemorar essa luta que vem aí com presidentes da CDL anteriores”, afirmou.
Segundo Panela, o projeto aprovado estabelece instrumentos importantes para a execução da revitalização, como a concessão de benefícios fiscais, com foco na reocupação de imóveis, dinamização econômica e preservação do patrimônio urbanístico e cultural do Centro. Ele reforçou que a proposta foi construída de forma coletiva. “Foi um trabalho que não foi só nosso. Nós envolvemos arquiteto, poder público e todas as entidades”, destacou.
O presidente da CDL também ressaltou o apoio da Prefeitura de Uberaba ao longo do processo. “A prefeita, com o seu secretariado, sempre deu pra nós uma atenção. Aquilo que estava nas possibilidades do município fazer, ela nos atendeu”, disse, ao enfatizar a importância da parceria institucional.
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Já o presidente do Sindicomércio de Uberaba, Luciano Ciabotti, avaliou que o impacto do projeto será sentido de maneiras diferentes, considerando a diversidade de perfis existentes no Centro. “Nós temos diferentes tipos de comerciantes, proprietários e locadores. Tudo vai passar pelo principal incentivo da Prefeitura, que é a reforma do Centro”, afirmou.
Para Ciabotti, o investimento direto em infraestrutura urbana será determinante para estimular o engajamento do setor privado. Ele citou exemplos de outras cidades onde a requalificação dos espaços públicos impulsionou melhorias por parte dos lojistas. “Quando o comerciante percebe que está num lugar mais bonito, organizado, ele sente vontade de melhorar a fachada, investir mais. Por isso, é importante que o poder público faça uma reforma de alto nível”, pontuou.
O presidente do Sindicomércio também ponderou que benefícios fiscais isolados não são suficientes para promover a transformação desejada. “Não adianta só trocar imposto por fachada. O que traz melhoria é infraestrutura: estacionamento, regras claras, condições para o comércio funcionar”, avaliou.
Ciabotti destacou ainda a necessidade de planejamento urbano que favoreça o uso dos imóveis, como a adoção de recuos em novas construções para ampliar vagas de estacionamento e melhorar a visibilidade das lojas. “O recuo proporciona estacionamento e dá outra leitura para o comércio. Isso facilita tanto para o lojista quanto para o consumidor”, explicou.
Apesar de reconhecer que obras podem gerar transtornos temporários, Ciabotti afirmou que o setor comercial tende a ser parceiro do poder público. “O lojista pode até enfrentar algum incômodo durante uma obra, mas isso passa rápido. Quando o poder público der o start, pode ter certeza que o comerciante vai atrás”, garantiu.
Na mesma linha, Panela ressaltou que, com a aprovação do projeto, o próximo passo passa pela mobilização dos próprios empresários. “Esse movimento tem que vir do comerciante, do lojista, do associado para dentro das entidades, para que a gente possa atender e ajudar nas necessidades deles”, disse.
Segundo ele, as entidades estão preparadas para orientar os empresários sobre os benefícios previstos e atuar como ponte junto ao poder público. “A gente espera que eles procurem as entidades para ouvir as necessidades e fortalecer esse movimento para o Centro da cidade voltar a ser o que era”, concluiu.