Cascas de banana foram atiradas contra o Centro de Capoeira Águia Branca, no Bairro Fabrício, em Uberaba, no dia 11 de agosto (Foto/Reprodução)
Entidades e pessoas ligadas à causa da igualdade racial manifestaram-se contra a ação sofrida por capoeiristas do Centro Cultural de Capoeira Águia Branca, no Bairro Fabrício. Durante um ensaio para uma apresentação teatral, bananas foram jogadas em crianças que ensaiavam para o evento. A Mestra "Puma" Núbia Nogueira, responsável pelo centro, informou que um Boletim de Ocorrência foi registrado na Polícia Militar (PM).
Entenda o caso: Cascas de banana são atiradas em centro de capoeira em Uberaba Fonte: Cascas de banana são atiradas em centro de capoeira em Uberaba
O capitão do Terno de Congado Verde Amarelo (Mapuaba), Marco Antônio Silva, manifestou-se através das redes sociais. “Nossa família repudia veementemente todo ato de racismo e solidariza-se com mestre cafezinho. Manifestamos nosso repúdio na página do nosso terno no Facebook”.
A Presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial na OAB de Uberaba (14ª Subseção), Morena Monalisa Felício Moreira, repudiou o ataque racista ocorrido em 11 de agosto de 2023, no Centro Cultural de Capoeira Águia Branca. “Nesta data, durante um ensaio de apresentação artística, bananas foram jogadas dentro do estabelecimento, atingindo inclusive uma criança no braço”, disse.
“É mais um lamentável episódio de racismo que deixa marcas profundas não apenas no grupo de Capoeira Águia Branca, mas também em um coletivo que diariamente sofre as consequências psicológicas, materiais, morais, pessoais e políticas que o racismo causa à população negra brasileira”, enfatizou Morena.
A advogada destaca a importância da população denunciar essas práticas criminosas procurando a Polícia Militar. “Ou, caso precise de orientações sobre como agir diante de tais situações, procure a OAB, a Coordenadoria de Políticas de Igualdade Racial e/ou o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir)”, frisou.
Em nota, o coordenador de Políticas de Igualdade Racial, Reginaldo da Silva (Peixinho), a presidente do Compir, professora Maria Abadia Vieira da Cruz, e a advogada do Compir, Ivanda Nivaldete Vieira da Cruz, manifestaram repúdio ao ato preconceituoso e racista sofrido pelos membros do Centro Cultural de Capoeira Águia Branca. “Estamos buscando evidências para encaminhar ao Ministério Público e trabalhar para que a justiça seja feita”, diz a nota.
O Conselho de Salvaguarda da Capoeira de Uberaba e o Conselho de Mestres também divulgaram uma nota de repúdio ao ato “ocorrido com nossos irmãos e irmãs do Grupo de Capoeira Águia Branca, expressando apoio e solidariedade. Cobramos das autoridades, que nos procuram em momentos específicos - visando apenas seu benefício - uma investigação sobre o crime ocorrido! Exigimos uma postura completamente contrária a essas atrocidades”.
Até o fechamento desta matéria, não houve manifestação da Comissão Permanente de Igualdade Racial e Enfrentamento ao Racismo da Câmara Municipal de Uberaba (CMU).