Entressafra força preço do feijão

Produtos da cesta básica, especialmente o feijão, refletiram diretamente no consumo e no bolso das pessoas. O produto, que em outubro chegou a dobrar de preço, deve voltar aos seus valores normais. De acordo com o diretor da Associação dos Supermercadistas de Uberaba (Assuper), Matusalém Alves, apesar de o feijão ter sofrido grande aumento, a tendência é de que ele volte aos seus preços anteriores. “Todo ano existe este processo de aumentar e depois abaixar; já é natural”, diz. Também segundo o diretor, o açúcar teve aumento expressivo em seus preços e a falta de carne pegou os produtores de surpresa, por não esperarem a seca. “A carne teve alta um pouco maior e incidiu muito neste mês no aumento da cesta básica, o que se deve à seca prolongada”, explica. Matusalém explica que, no ano de 2009, praticamente não existiu a seca nesse período e os pastos das fazendas estavam verdes. O economista Fernando Rodrigues de Almeida ressalta que, com o período da entressafra, sobe o preço dos alimentos, refletindo diretamente no consumo das pessoas. “Com certeza, há reajuste na cesta básica porque seus produtos essenciais também aumentaram”, diz. O economista explica, ainda, que produtos sazonais, como o feijão, arroz e milho, têm a tendência normal de sofrer variação entre a oferta, por causa da safra e da entressafra. “São ciclos. Haverá período em que os alimentos estarão em patamar maior, mas assim que começarem a aumentar a produção e a oferta acontecerá a redução dos preços”, conta. O economista sugere que, para poder minimizar os impactos no aumento dos valores, os consumidores busquem a chamada promoção, ou seja, busquem alternativas de pontos de vendas cujo preço naquele determinado momento esteja acessível, condizente e valendo a pena de comprar. “Essa promoção só é viável quando o consumidor não tem que gastar com deslocamento, por exemplo, entre outras coisas que neutralizam o valor final”, conclui.