Segundo o presidente Cássio Facure, Uberaba não possuía regras claras sobre limites de som e horários, o que frequentemente gerava desgaste entre produtores e moradores
A realização de eventos culturais em Uberaba tem passado por um processo de modernização, com investimentos em tecnologia, reorganização dos espaços públicos e novas estratégias para minimizar o impacto sonoro na vizinhança e garantir que os eventos sigam acontecendo na cidade. A afirmação é do presidente da Fundação Cultural, Cássio Facure, em entrevista à Rádio JM. Locais como a Concha Acústica, o complexo de Lazer Mogiana e o Central Park passaram a ter usos definidos, respeitando as residências no entorno e as condições estruturais, sem impedir o avanço da agenda cultural no município.
Cássio lembrou que, no passado, a cidade não possuía regras claras sobre limites de som e horários, o que frequentemente gerava desgaste entre produtores culturais e moradores. Segundo ele, tanto a gestão pública quanto os profissionais da noite amadureceram na compreensão de que eventos devem ser planejados para reduzir impactos. “A gente começou a ter consciência. Colocar essa caixa de som virada para outro lado, por exemplo, justamente para não atrapalhar o vizinho”, destacou.
O presidente explicou que Uberaba passou a organizar os espaços culturais por categorias, definindo áreas destinadas a eventos de pequeno, médio e grande porte. A Concha Acústica ficou classificada como local para pequenos eventos; a Mogiana, para atividades de porte intermediário; e o Central Park, para grandes shows e festividades.
Entre os desafios, ele citou o caso da Concha Acústica, construída de forma invertida décadas atrás, o que impede soluções estruturais devido ao tombamento do espaço. Dessa forma, o município adotou tecnologias para controlar o impacto sonoro e estabeleceu horários rígidos para eventos. Além disso, a parceria com moradores também tem sido fundamental. “A compreensão tem sido bacana. Quando alguém se sente incomodado, eles entram em contato conosco dizendo que está excedendo, e ajustamos”, salienta.
Entretanto, o gestor da Fundação defende que o município busca sempre cumprir os horários permitidos, buscando o máximo de equilíbrio e, portanto, ele pede para que a população entenda a relevância social de determinadas atividades culturais. “É muito impactante socialmente um evento acontecer. Por mais que se sintam incomodados por alguns decibéis a mais ou a menos, é importante entender que a cidade precisa de evento”, concluiu Facure.