A uberabense Mariana Ferrer gravou um vídeo para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) no qual faz um apelo para que vítimas de violência sigam em busca de apoio institucional. “Não desista da Justiça. Procurar ajuda não é fraqueza, é coragem”, afirma. Ela lembra que também viveu “uma prática intolerável: a revitimização dentro do próprio sistema de Justiça” e reforça que o acolhimento é decisivo para quem enfrenta situações de violência.
No depoimento, Mariana diz que uma violência pode gerar medo e desamparo, mas que buscar ajuda é um passo para recuperar a própria dignidade. Ela ressalta ainda que estruturas de acolhimento, como as oferecidas pelo MPMG, são fundamentais para que vítimas sejam ouvidas e protegidas.
A atuação do Ministério Público mineiro ganhou destaque nacional por ser pioneira na adoção de protocolos que impedem práticas ofensivas, desrespeitosas ou discriminatórias contra vítimas durante investigações e audiências. O órgão também ampliou ações de capacitação e atendimento especializado, com atenção especial à Casa Lilian, centro estadual em Belo Horizonte voltado ao apoio e orientação de pessoas que sofreram crimes ou violações de direitos humanos.
O espaço conta com equipe multidisciplinar e tem como objetivo evitar a revitimização, garantindo acolhimento adequado e atendimento humanizado. No vídeo, Mariana destaca a importância desse tipo de suporte e lembra que o episódio que viveu impulsionou mudanças estruturais no sistema de Justiça brasileiro.
Essas mudanças, consolidadas inclusive no Supremo Tribunal Federal, proíbem que vítimas de crimes sexuais sejam desqualificadas ou questionadas sobre comportamento e vida pessoal, prática considerada discriminatória e causa de nulidade de processos.
A mensagem da uberabense reforça o impacto dessas garantias e chama a atenção para a necessidade de que o sistema de Justiça acolha, proteja e respeite quem decide romper o silêncio.